terça-feira, 24 de março de 2015

O QUE LEVA AS PESSOAS A DEIXAREM AS IGREJAS?


Porque os cristãos desviados, não gostam de falar de igreja.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. (Mt 11.28)



Comumente aqueles que deixam de congregar nas igrejas, são tachados de crentes sem fé, pelos demais membros. Que não suportaram as dificuldades naturais da carreira cristã ou das provas e logo desistiram.
Será que isto realmente é verdadeiro?

Não desconsiderando a questão espiritual, olha que interessante conseguimos detectar:
Durante os anos de pastoreio, tive vários casos em que visitei crentes desviados e os encontrei arraigados na fé, professando sua crença na Trindade e na doutrina que foram ensinados, e que não queriam retornar a igreja, por causa de relacionamentos rompidos. Com base nestas visitas, pude concluir  que a questão não foi fé, ou forçados espiritualmente por Satanás a sair da igreja.
O principal motivo do afastamento foi uma decepção com os irmãos e não com Deus, ou dificuldades para serem entendidos, mau pastoreio e abandono por parte dos líderes das igrejas.
A partir do ponto detectado: a principal causa é o relacionamento quebrado que os levou a falta de comunhão com os demais irmãos, o que fatalmente os ajudaria a vencer as dificuldades durante sua carreira cristã.
A bíblia cita em João 4.20 que como pode alguém dizer que ama a Deus que não vê e não ama a seu irmão que vê. Não tem como amar a Deus sem amar ao seu próximo.
A frieza que é citada como espiritual; na verdade é devido a esta falta de comunhão, o que vai contra a proposta da palavra de Deus no salmo 133.1 – O quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
Os crentes nas igrejas estão despercebidos e estão se distanciando uns dos outros por questões tão pequenas, desprezando o evangelho do amor (João 3.16).
Em Atos 2.42-47 percebemos que a igreja fundada por Cristo vivia em comunhão, partindo o pão de casa em casa e perseverando unânimes em oração. Isto é plena comunhão – relacionamentos.
E quantos irmãos estão desviados levando a acusação nas costas de não ter fé, porque parou pelo caminho; ou se sentem envergonhados para se reintegrar as igrejas, por causa do olhar “daqueles que se dizem cheios de fé”.
O nosso adversário realmente é astuto e com certeza usa isto contra as pessoas.
Caso você conheça alguém nestas condições, antes de ficar procurando versículos na bíblia para me contradizer, aproxime-se dela, permita que possa desabafar, falar sobre suas angustias e decepções. Depois mostre a esta pessoa o quão grande amor Deus tem por ela, o quanto ela é importante pra o reino de Deus, Jo 14.2 – Apoc.21-7.
Concluímos que as pessoas se afastam das igrejas, não por dificuldades espirituais que os levem a deixar de ter fé, mas porque não foram recebidas e abraçadas como pertencendo a família de Deus.
Que Deus te dê condições de trazer esta pessoa de volta a casa do Senhor Deus, para glória e louvor de seu Nome.
Caso você também se encontre nestas condições, não permita que esta acusação perdure em sua vida, rompa com esta barreira e volte a se relacionar, pois a sua comunhão com Deus depende também da sua comunhão com os irmãos nas igrejas.

Pr. Carlos Edson de Almeida.

IRMÃOS MUÇULMANOS MORREM POR CAUSA DA FÉ EM CRISTO JESUS.


sexta-feira, 13 de março de 2015

Comunhão e Adoração


ENTREGUE A SUA VIDA NO ALTAR 
Texto base: Romanos 11:33-12:2

INTRODUÇÃO

Hoje, pela permissão de Deus, daremos continuidade à série de sermões deste mês, cujo tema é: Vinde, Adoremos!. O sermão de hoje focará o seguinte tema: Entregue a sua vida no altar. Para isso, usaremos como base o texto de Romanos 11:33-12:2. As Escrituras conclamam o povo de Deus à adoração. De maneira emocionante, o escritor do primeiro livro das Crônicas enfatiza esse dever: Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios; adorai o SENHOR na beleza da sua santidade (1 Cr 16:29). Como se percebe, nesse texto, adoração tem a ver com entrega. As palavras “tributai” e “trazei” indicam isso.  
Os sacrifícios de animais para expiação de pecados eram o ato mais comum de entrega utilizado no Antigo Testamento. Oferecia-se como tributo a Deus um animal sem defeito. No Novo Testamento, porém, a ênfase no ato de prestar culto a Deus recai sobre a entrega não mais do animal, mas da vida do próprio adorador. O texto base deste sermão revela isso. É aos pés de Deus que o verdadeiro adorador deve estar para lhe tributar a sua vida em adoração. Jó adorou ao Senhor, apesar das circunstâncias adversas (Jó 1:20). A sua entrega se constitui um exemplo para os cristãos de hoje.  Sem reservas, glorifiquemos a Deus, entregando, sobre o seu altar, a nossa vida. Porém, algumas considerações devem ser feitas a respeito dessa prática. Analisemos a primeira delas:   
  
1. ENTREGUE A SUA VIDA NO ALTAR, LEVANDO EM CONTA A GRANDEZA DE DEUS
         Paulo faz questão de começar esse trecho de sua carta prestando a Deus adoração. Assim escreve ele: Que Deus maravilhoso nós temos! Como é profunda a riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! (Rm 11:33 – NBV). Aqui, temos o motivo pelo qual todos devem adorar unicamente a Deus: a sua grandeza. Não é a um deus morto que o verdadeiro crente presta culto. Mas ao Deus Todo-Poderoso, cuja grandeza pode ser percebida.  
De que modo podemos enxergar a grandeza de Deus? O apóstolo explica que a grandeza de Deus é percebida por meio de sua sabedoria inescrutável. Assim diz ele: Como é profunda a riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! (Rm 11:33b). Deus é infinitamente sábio. Ele conhece todas as coisas. Ninguém é capaz de surpreendê-lo. Enganá-lo está fora de cogitação. Sua onisciência torna esse desafio algo impossível.  A propósito, sendo nós criaturas finitas e caídas, como poderíamos sequer imaginar que seríamos capazes de penetrar a mente infinita de Deus?[1] Ora, os pensamentos dele são mais altos do que os nossos (Is 55:8).  
A grandeza de Deus é também percebida por meio de sua independência inquestionável. Veja o que Paulo diz a respeito, em Rm 11:36a: Todas as coisas vêm única e exclusivamente dele, por ele e para ele. Deus é autossuficiente; não depende de ninguém. Ele não precisa de conselheiros, pois sabe de tudo (v.34); não necessita de recompensa, pois é o dono de tudo (v.35). Deus é a origem de todas as coisas. Tudo existe por meio dele. Não somos produtos de um aborto do universo, mas da criação de Deus. Ele não é uma criação da mente humana, mas o criador de tudo.
Em sua independência, Deus sustenta todas as coisas. Ele não criou o universo e o deixou por conta própria; não criou o ser humano e o abandonou a sua própria sorte. Deus mantém todas as coisas sob seus cuidados. Ele nos preserva com sua misericórdia (Lm 3:22), de modo que tudo permanece em seu devido lugar, proporcionando-nos bem-estar e garantindo a existência da raça humana no planeta. Por isso, devemos entregar a nossa vida a Deus. Ele é maior que nós e completamente independente. Também é mais sábio. A sua grandeza torna-o merecedor de nossa inteira devoção. Portanto, a ele seja a glória para todo o sempre. Amém (Rm 11:36b).  
Entregue a sua vida no altar, levando em conta a grandeza de Deus. Essa é a primeira consideração a ser adotada na prática da adoração.  Vejamos a segunda.
  
2. ENTREGUE A SUA VIDA NO ALTAR, LEVANDO EM CONTA SUA NECESSIDADE DE DEUS
         Uma vez tendo reconhecido e aceitado a grandeza de Deus, o adorador também precisa reconhecer e aceitar a sua própria dependência em relação a ele. Por isso, Paulo faz o seguinte apelo: Portanto, meus amados irmãos, eu apelo pelas misericórdias de Deus (Rm 12:1). Em outras palavras, os cristãos, destinatários da carta de Paulo, deveriam considerar o fato de que, para adorar a Deus de verdade, careciam da ajuda divina. Não fosse a graça de Deus, por intermédio de Cristo, jamais poderíamos andar em novidade de vida (Ef 2:8). Não é por mérito próprio que podemos nos achegar diante do trono da graça, mas por meio do sacrifício do inocente, o Filho de Deus.
            A expressão “portanto”, de Romanos 12:1, liga esse texto ao anterior, que trata, de modo esplêndido, sobre a grandeza de Deus. Se ele é totalmente autossustentável e independente, não podemos afirmar o mesmo de nós, seres humanos. Duas razões sugerem que dependemos de Deus. Em primeiro lugar, a nossa dependência é atestada no fato de sermos criaturas de Deus. Assim observa o apóstolo: Todas as coisas vêm única e exclusivamente dele (Rm 11:36a). A criatura jamais poderá superar o seu criador. Deus é o dono de tudo. Se possuímos algo, é porque somos seus mordomos. Precisamos dos conselhos de Deus para viver. O mundo sem Deus seria destituído de valor, de sentido e de propósito.
            Em segundo lugar, a nossa dependência é atestada no fato de sermos sustentados por Deus. Na continuação do versículo 36, Paulo afirma que todas as coisas existem por ele e para ele. É por causa dele que a terra dá frutos, a chuva rega o planeta e o sol nos aquece; é por causa de Deus que todas as espécies da Terra têm o seu próprio habitat natural. Somos limitados, e devemos reconhecer isso. Aliás, isso é necessário para que entreguemos a nossa vida no altar. Não podemos nos orgulhar de coisa alguma, pois orgulhar-nos equivale a comportar-nos como se fôssemos o próprio Deus, como se fôssemos os donos do lugar, como se tudo dependesse de nós.[2] Quem age dessa forma engana-se.
            Deus nos sustenta não somente provendo os meios para a nossa sobrevivência material. Ele também nos sustenta espiritualmente. O ato de nos oferecermos a Deus como sacrifício vivo retrata nossa gratidão diante das suas misericórdias,[3] por meio das quais ele nos deu o seu Filho para morrer em nosso favor, justificando-nos graciosamente pela fé, tornando-nos seus filhos.[4] No ato da adoração a Deus, não podemos esquecer quem ele é e quem somos. Deus está acima de nós. O trono é dele e o dever de adorá-lo é nosso. Ele é criador e nós, criaturas. Ele é Senhor e nós, servos.
            Entregue a sua vida no altar, levando em conta a sua dependência de Deus. Essa é a segunda consideração a ser adotada na prática da adoração.  Analisemos, agora, a terceira e última.

                                                                 
3. ENTREGUE A SUA VIDA NO ALTAR, LEVANDO EM CONTA A EXIGÊNCIA DE DEUS

No sacrifício do Antigo Testamento, o animal era entregue e queimado integralmente sobre o altar. Do mesmo modo, nós devemos nos entregar totalmente para o Senhor. A adoração a Deus exige entrega, não parcial, mas integral. Vejamos o texto de Romanos 12:1: ... que vocês ofereçam seus corpos a Deus. Que eles sejam um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus. De acordo com esse texto, a adoração integral envolve o oferecimento do nosso corpo. O termo “apresentar”, utilizado em algumas versões da Bíblia, significa, neste versículo, apresentar de uma vez por todas. Paulo ordena uma entrega definitiva do corpo ao Senhor, como os noivos se entregam um ao outro na cerimônia de casamento.[5] Cada parte do nosso corpo deve ser dedicada à adoração a Deus.
O culto agradável a Deus vai além do que é puramente interior, abstrato e místico. Há quem afirme que Deus só quer o coração do adorador. Será que é isso mesmo? Não, obviamente. O nosso corpo é importante nesse processo. Aliás, ele é templo de Deus. Devemos glorificar a Deus em nosso corpo, contemplando o que é santo, deleitando-nos em ouvir o que é puro, utilizando as nossas mãos para praticar o que é reto, usando nossos pés para caminhar por veredas de justiça.[6] É nisso que consiste o culto espiritual e racional: a entrega de nosso corpo ao Senhor.
            A adoração integral envolve, também, a transformação da nossa mente. Agora, veja o versículo 2 de Romanos 12: Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Na fôrma do mundo, há mudanças o tempo todo. O errado ontem é certo hoje; o repudiado ontem é aplaudido hoje.[7] Por isso, não podemos amoldar-nos ao padrão estabelecido por esse sistema maligno, o mundo. Cristo, a quem seguimos, é o modelo absoluto, por meio de quem devemos ser guiados.
            Há somente duas alternativas, sem meio termo: amoldar-se ao mundo ou experimentar a vontade Deus. Esses dois sistemas de valores são incompatíveis e colidem um com o outro. Eles se divergem naquilo que é relacionado a sexo, honestidade, dinheiro, comunidade, religião ou qualquer outra coisa.[8] De qual lado ficaremos? É impossível entregarmos integralmente a nossa vida a Deus, estando conformados com o sistema maligno. Bem disse o apóstolo Tiago, em sua carta: Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus (Tg 4:4b). Com um corpo santificado e uma mente transformada, entreguemos a nossa vida no altar!

CONCLUSÃO

Chegamos ao final deste sermão, no qual fomos conclamados, pela palavra, a entregar a nossa vida no altar, levando em conta, primeiramente, a grandeza de Deus, pois sua sabedoria é inescrutável e sua independência, inquestionável. Depois, fomos instigados a levar em conta a nossa dependência em relação a Deus, que é criador e mantenedor de todas as coisas. Por fim, fomos encorajados a levar em conta a exigência de Deus: a oferta do nosso corpo e da nossa mente a ele. Trata-se uma adoração interior, mas que não se limita a isso. Ela é perceptível por meio das ações produzidas pelos membros de nosso corpo.
            O nosso culto a Deus deve ser espiritual. Mas não pode limitar-se a rituais e celebrações ministrados dentro das quatros paredes do templo, como a maioria de nós está acostumada a presenciar. Esse culto deve estender-se ao nosso dia-a-dia. Essa adoração deve manifestar-se no bom trato entre os cônjuges, nas boas relações de pais e filhos no lar, no respeito entre patrões e empregados, na solidariedade entre as pessoas, no relacionamento dentro do corpo de Cristo. Que o Senhor nos ajude a adorá-lo além das quatro paredes do templo. Amém.
           

Referências

LOPES, Hernandes Dias. Romanos: O evangelho segundo Paulo. São Paulo: Hagnos, 2010.

STOTT, John R. W. A mensagem de Romanos. Tradução de Silêda e Marcos D. S. Steuernagel. São Paulo: ABU, 2000.



[1] Stott (2000:376).
[2] Ibdem, p.378.
[3] Ibdem, p.388.
[4] Ibdem, p.387.
[5] Lopes (2010:398-399).
[6] Idem, p.399.
[7] Ibdem, p.401. 
[8]  Stott, op. cit., pp.391-392.