quarta-feira, 10 de março de 2010

O DESTINO DOS HOMENS


PARA ONDE VÃO OS MORTOS?

E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso o juízo (Hb 9:27).

O assunto de que vamos tratar, sobre o destino dos mortos, é bastante sério, exatamente em razão dos ensinos que surgiram em alguns grupos considerados religiosos, que dão aos mortos destinos contrários aos ensinados pela Bíblia. Esses aspectos serão analisados e comparados com a Palavra autorizada de Deus.
A mente fértil do ser humano criou condições e lugares, os mais contraditórios, para o destino dos mortos. Estaremos analisando as idéias católicas e espíritas sobre o destino dos mortos, ambas influenciadas fortemente pela filosofia grega. O ensino passou até mesmo para as religiões chamadas cristãs. É por isso que, hoje, muitos cristãos crêem no destino dos mortos de forma contrária à Bíblia.
01) A EXPLICAÇÃO CATÓLICA PARA O DESTINO DOS MORTOS
O que acontece conosco, depois da morte? Segundo a doutrina católica romana, as almas dos que são completamente puros, por ocasião da morte, são imediatamente recebidas no céu, na presença de Deus. E os que morreram sem estarem totalmente purificados? Não vão diretamente ao céu, mas devem passar pelo purgatório, antes, num estágio de purificação dos pecados. Observe, agora, como o catolicismo explica o purgatório:
“O que podemos fazer pelos nossos mortos e pelas almas no purgatório? Muitos fiéis partiram desta vida carregando pecados em sua alma (...). Podemos, portanto, rezar com muita confiança que Deus santifique e purifique as almas dos nossos queridos defuntos e as salve do lugar da purificação, o purgatório, e as conduza para a glória da vida eterna.” (O caminho – Síntese da Doutrina Cristã para Adultos, p. 402).
Raimundo F. de Oliveira apresenta a seguinte explicação:
“... de acordo com a teologia romanista, o Purgatório, além de ser um lugar de purificação, é, também, um lugar onde a alma cumpre pena; pelo que o fogo do Purgatório será mais terrível do que todo o sofrimento corporal reunido. Um único dia nesse lugar de expiação poderá ser comparado a milhares de dias de sofrimentos terrenos.” (Seitas e Heresias – p. 23).
De acordo com este autor, a crença no purgatório tem origem no budismo e em outras religiões da antiguidade, sendo que esse ensino entrou na teologia católica no tempo do papa Gregório I.
Na verdade, essa doutrina não tem sustentação bíblica. Então, o que ensina a Bíblia sobre o destino dos mortos? O que acontece depois da morte?
De acordo com a palavra de Deus, os mortos não ficam vagando, não passam por nenhum estado intermediário; eles simplesmente vão para a sepultura, e, lá, permanecem inconscientes, isto é, sem possibilidade de comunicação ou interferência com o mundo dos vivos (Jô 14;12-14; Sl 17:15; 146;4; Ec 9:5,10; Is 38:18; Jo 5:28; I Co 15:51; I Ts 5:23).
O que a Bíblia diz é a evidência clara que não existe alma consciente desfrutando a eternidade ou sofrendo em lugar algum. Logo, arranjar um lugar para expiar pecados, depois da morte, em estado consciente, é doutrina abominável ao Senhor. A Bíblia descarta qualquer possibilidade de rezas e orações em favor dos mortos; eles não serão beneficiados por isso, pois tudo o que deveriam fazer era enquanto viviam. E mais: O único que pode perdoar nossos pecados e nos purificar é Jesus Cristo. Ele o faz pelo seu sacrifício, através do seu sangue (Hb 9:22; I Jo 1:9). Essa autoridade ele recebeu do Pai (Mt 9:6).
O pecador não precisa passar por um purgatório para purificar-se dos pecados; precisa, unicamente, crer no Senhor Jesus e apropriar-se do seu perdão. Os mortos estão nas sepulturas e, de lá, ouvirão a voz de Jesus. Não há lugar para purgatório no evangelho da Bíblia Sagrada. Dessa forma, todo o ser humano, composto de corpo, alma e espírito, aguarda no túmulo, o dia da volta do Senhor. Esse é o ensino da palavra de Deus.
02) A EXPLICAÇÃO ESPÍRITA PARA O DESTINO DOS MORTOS.

A doutrina espírita explica o destino dos mortos pela teoria da reencarnação. O que ensina essa teoria?
De acordo com Allan Kardec, reencarnação “é a volta da alma ou espírito, à vida corporal, mas em outro corpo novamente formado para ele que nada tem em comum com o antigo.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo pp.24-25). Assim, através da reencarnação, o espírito caminharia, até chegar a perfeição máxima; passaria por milhares de corpos e, ao final, apenas aquele último entraria no reino de Deus. A “doutrina” da reencarnação constitui-se o cerne de toda discussão espírita. Destruída essa teoria, o espiritismo não poderá subsistir.
Quanto à ressurreição dos mortos, a posição espírita declara o seguinte:
“A ressurreição implica na volta da vida ao corpo já morto – o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo foram, depois de muito tempo, dispersos e absorvidos (...) Se tal crença fosse um erro, Jesus não a deixaria de combater, como fez com muitas outras, mas longe disso, a sancionou com sua autoridade... ‘é ele mesmo o Elias que havia de vir’. Aí não há nem figuras, nem alegorias; é uma afirmação positiva.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, pp.25,27).
Observe: que em tentativa frustrada de defender sua loucura religiosa, Allan Kardec confunde ressurreição com reencarnação. Essa afirmação do espiritismo é uma clara demonstração de insubmissão à autoridade da Bíblia como única fonte de doutrina e prática cristãs. As pessoas que defendem essas heresias usam a palavra de Deus apenas para adaptá-la às suas conveniências religiosas. A Bíblia, ao contrário do espiritismo, ensina que a ressurreição se dará, a cada pessoa, uma única vez (Lc 14:14; I Co 15:12-14; I Ts 4:16).
Aquilo que para a ciência parece impossível, para Deus é possível (Mt 19:26). A ciência acha que o corpo já desfeito há muito tempo não pode ressuscitar, porque entende do ponto de vista material. A Bíblia diz, no entanto: Semeia-se corpo animal ressuscitará corpo espiritual. É realmente um milagre e, ao mesmo tempo, um mistério divino (I Co 15:51).
A “doutrina” da reencarnação é altamente perniciosa à fé cristã, pois a graça salvadora de Deus (Tt 2:11), que restaura e liberta o ser humano do pecado, é completamente descartada, anulada. A reencarnação faz do ser humano o seu próprio salvador. Isso contraria todo o processo de salvação, oferecido ao ser humano, pelo plano de redenção, porque a Bíblia declara que não há salvação fora de Cristo (At. 4:12).
A oportunidade para a salvação é extensiva a todos; porém, só a recebem os que aceitam a Jesus Cristo como Salvador. Reencarnação, sob todos os aspectos, é ensino contraditado pelas Escrituras Sagradas. A Bíblia declara, claramente que, quando o homem morre, só duas coisas acontecem: o corpo volta ao pó e o espírito volta a Deus (Ec 12-7). A Bíblia diz mais: ao homem, está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo (Hb 9:27). Enfim, não existe reencarnação; somente ressurreição (Jo 5:28-29; I Co 15:20-26).
03) PRINCÍPIOS QUE DEVEMOS PRATICAR

1- As doutrinas humanas que divulgam a reencarnação dos mortos.
Inúmeras pessoas estão sendo enganadas pela “doutrina” espírita da reencarnação. Ela ensina que a nossa alma voltará, várias vezes, para se encarnar novamente em consecutivos corpos, até que se torne um espírito perfeito e glorioso.
O QUE ENSINA A PALAVRA DE DEUS?
Ensina que a reencarnação não passa de uma heresia oposta à doutrina cristã, pois despreza a salvação gratuita de Deus, oferecida somente em Cristo (Jo 3:18, 8:44; At 4:12; Rm 3;23-24, 8:1; Ef 2:8; I Jo 1:7-9).
A teoria de que precisamos morrer várias vezes, para termos a nossa espiritualidade aperfeiçoada, nega a validade do perfeito, completo e definitivo sacrifício salvífico de Cristo (Hb 9:27-28).
Quem tem o filho, tem a vida, e não será condenado a voltar várias vezes à terra, para, em carne, sofrer e cumprir a pena pelo pecado cometido, pois quem ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não será julgado, mas já passou da morte para a vida, diz o Senhor (Jo 5:24 – NTLH).
2 – As doutrinas humanas que defendem a comunicação com os mortos.
As Escrituras Sagradas condenam, veementemente, a doutrina do espiritismo, que defende a possibilidade de os mortos comunicarem-se com os vivos. A prática da necromancia é repudiada por Deus:
Quando vocês tomarem posse da terra que o Senhor, nosso Deus, está dando a vocês, não imitem os costumes nojentos dos povos de lá. (...) não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que praticam essas coisas nojentas. (Dt 18:9-12 – NTLH). É absolutamente errado consultar os mortos. Algumas pessoas podem pedir a você que consulte os adivinhos e os médiuns, que cochicham e falam baixinho. Essas pessoas dirão: “precisamos receber mensagens dos espíritos, precisamos consultar os mortos em favor dos vivos!” mas respondam assim: “O que devemos fazer é consultar a lei e os ensinamentos de Deus. O que os médiuns dizem não tem nenhum valor,” (Is 8:19-20 – NTLH).
3 – As doutrinas humanas que contestam a ressurreição dos mortos.
O cristianismo nega a reencarnação, mas ensina a certeza da ressurreição. A ressurreição dos mortos é o tema central da pregação apostólica. Tanto é assim que Paulo chegou a dizer: E, se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação, é vã a nossa fé. (I Co 15.14). Assim, a Bíblia declara que todos os que morrerem, sejam crentes ou incrédulos, ressuscitarão.
Comentando o principal texto do Novo Testamento sobre ressurreição, o capítulo 15 de I Coríntios, Champlin demonstra que as provas oferecidas, em prol da verdade da ressurreição, são as seguintes: as escrituras (vv.1-4); as testemunhas oculares (vv. 5-12); a ressurreição de Cristo, que assegura a ressurreição geral (vv. 13); os apóstolos, que foram testemunhas fiéis da ressurreição de Cristo (vv. 15); a fé cristã, que atesta a validade da ressurreição (vv. 16-17); os que morrem em Cristo não perecem, porque a ressurreição é um fato (vv. 18) (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, p. 234-235). Portanto, estejamos cada vez mais firmes na certeza da ressurreição prometida por Deus a nós, seus servos.
Texto extraído da lição Bíblica nº 267 – 2004 da Igreja Adventista da Promessa.