quarta-feira, 28 de setembro de 2016
AGORA SOU DA FAMÍLIA!
(A adoção dos seres humanos)
Pai nosso que estás nos céus... (Mt 6:9).
Uma coisa é
ser justificado, receber o cancelamento da dívida que havia contra nós. Mas
Deus faz mais. Além de cancelar a dívida, nos adota para sua família. Podemos
definir adoção como sendo o ato de Deus por meio do qual ele nos faz membros da
sua família.[1]
A salvação inclui também fazer parte da família de Deus. Agora somos filhos!
Antes da
queda, Adão e Eva mantinham um relacionamento muito próximo com o criador: eram
amigos. Mas esse relacionamento foi rompido pelo pecado e aquele casal
tornou-se inimigo de Deus. A partir de então, todos os seus descendentes
(inclusive nós) nasceram destituídos da filiação divina. Por causa do pecado,
os seres humanos deixaram de ser filhos e passaram a ser apenas criaturas de
Deus. Com natureza pecaminosa, tornaram-se filhos
do diabo (Jo 8:44), filhos da
desobediência (Ef 2:2) e filhos da
ira (Ef 2:3).
Em 1 João
há um claro contraste entre “filhos de Deus” e “filhos do diabo” (3:10). Todos
os seres humanos estão num ou noutro grupo. O evangelho de João diz que todos
que o receberam, os que creem no seu
nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus (1:12, AS21).
Este é mais um passo importantíssimo no processo da salvação. O cristão tem o
privilégio de olhar para Deus não apenas como o juiz que o justificou, mas como
o Pai amoroso com quem se reconciliou e com quem pode se relacionar.
Na oração
modelo Jesus nos ensinou a chamar Deus de Pai: Pai nosso que estás nos céus... (Mt 6:9). Ninguém, antes dele,
ousou usar este termo para se referir a Deus. Talvez, alguns, dentre os doze
discípulos, devem ter sussurrado meio sem entender o que haviam acabado de
ouvir dos lábios do seu mestre: “Será que podemos mesmo chamar Deus
assim?”. No Antigo Testamento, existem
algumas (14 para ser exato) raras ocasiões onde Deus é chamado de Pai. Isaías
64:8 é uma delas, Jeremias 3:4 outra. Entretanto, em nenhum texto do Antigo
Testamento, a designação “Pai”, usada em referência a Deus, assume o sentido
que Jesus deu na oração do Pai Nosso.
Jesus,
quando pronunciou a oração do Pai nosso, deve ter usado a palavra
“Abba”. Não se esqueça que ele falava aramaico e, era assim que se dizia “pai”
em aramaico. Jesus se utilizou desta palavra em outra ocasião, quando
conversava com o Pai, na oração do Getsêmani (Mc 14:36). Mas, o que esta palavra
tem de tão especial?
Primeiro:
Um estudo na literatura judaica da época, sobre oração, irá mostrar que em
lugar algum Deus é chamado de “Abba”; ou seja, não era comum orar a Deus
chamando-o e nem o enxergando como um Pai.
Segundo:
“Abba” era uma das primeiras palavras aprendidas pela criança que estava
começando a falar. Ela aprendia a dizer esta palavra logo após ser desmamada.
Esse era um termo infantil carregado de afeto. Ninguém ousaria dizer “Abba”
referindo-se a Deus. Jesus fez isso! E mais: estendeu esse privilégio a todos
nós, isto é, a todos os seus discípulos.
Nós podemos
chamar Deus de Pai. Ele é o nosso pai querido. Dirigir-se a Deus assim como uma
criançinha se dirige a seu pai, é dirigir-se a Deus com simplicidade familiar,
com dependência, com confiança. Para uma criançinha, o pai é herói, é o máximo,
“pode tudo”. Ela confia nele, sem reservas. Essa é a ideia deste texto. Essa é
a ideia da oração do Pai nosso. Você pode confiar sem reservas no Pai celeste.
Mesmo
diante dos Tsunamis, das guerras e dos terremotos, não se esqueça: você, que
entregou a sua vida a Cristo, tem um Pai mais do que especial: E, porque vocês são filhos, Deus enviou o
espírito do seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: “Aba, Pai” (Gl 4:6).
Outra
informação valiosa que não podemos esquecer, quando falamos de adoção, é a
relacionada aos benefícios deste ato. Quando Paulo trata da adoção de filhos, em Gl
4:5, está se referindo a um procedimento da lei romana daquela época. De acordo
com a lei, numa certa ocasião, o adotado era formalmente apresentado e reconhecido,
diante da sociedade, e passava a desfrutar de todos os privilégios de filho
legítimo; tornava-se herdeiro de quem o adotara.[2] Leia
o que disse Paulo: Ora, se somos filhos,
somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm
8:17).
Ser filho
também implica em ser corrigido pelo Pai, quando necessário. Com o objetivo de nos tornar santos como
ele é, Deus nos corrige, e isso é prova de seu amor por nós (Hb 12:5-11), pois
ele se preocupa conosco e quer que sejamos pessoas melhores. Vede que grande amor nos tem concedido o
Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus (1 Jo 3:1).
PARA REFLETIR
01. Além de nos justificar, o que mais Deus faz conosco? Que
grande bênção alcançamos quando cremos fielmente em Jesus Cristo? João 1:12.
02. Como Jesus nos ensinou a se referir a Deus? Se somos filhos
de Deus, que benefícios teremos? Leia Romanos 8:17.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
DECLARADO JUSTO!
(A justificação do ser humano)
... sendo justificados gratuitamente pela sua graça (Rm 3:24).
Como pode
um Deus tão perfeito, aceitar em sua presença seres humanos tão imperfeitos? A
única maneira de isso acontecer foi providenciada pelo próprio Deus, quando
este enviou Jesus Cristo para morrer pelos seres humanos quando estes ainda
eram pecadores (Rm 5:8). Esta é a grande prova de amor de Deus! Por causa deste
sacrifício, hoje, todo ser humano, pode ser perdoado e aceito por Deus. Ao
entregar sua vida a Cristo, além da regeneração, outro ato de Deus que acontece
por ocasião da conversão é a justificação. Por justificação, entendemos o ato
de Deus declarar que, aos seus olhos, os pecadores são justos.[1]
O verbo
“justificar” é tirado do mundo jurídico da época. Quando alguém cometia algum
deslize contrariando a lei, passava a ter uma pendência para com a justiça.
Quando alguém pagava a pena, ou pagava pelo dano causado a outro, era
considerado justificado. Em seu prontuário, existia a descrição da falta
cometida, mas com o carimbo que garantia que jamais poderia ser acusado daquele
crime. O carimbo dizia: “Justificado!”.[2]
Nós também tínhamos uma enorme dívida com Deus, e, por meio de Cristo, quando o
recebemos, ele nos declara “justificados”. Nossa dívida foi paga. Mesmo
continuando a cometer erros, aos olhos de Deus somos justos, por causa do que
Cristo fez.
Quem nos
justifica é o Senhor! As nossas próprias justiças são como trapos de imundícia,
segundo o profeta Isaías (64:6). Por isso, só Deus pode nos declarar justos. De
acordo com o ensino do apóstolo Paulo, é
Deus quem justifica (Rm 8:33); ele é justo
e o justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3:26). A justificação não
é um ato humano, mas é algo que provém de Deus. E ele faz isso, por meio do que
Cristo fez por nós. Jesus Cristo, o justo, morreu no lugar dos injustos. Na
cruz, houve uma troca de papéis: Ele morreu a nossa morte para vivermos a sua
vida. Ele, voluntariamente, cumpriu a condenação ou a pena que era nossa. Na
justificação o Pai declara, com base na morte substitutiva de Jesus, que todo
pecador que aceita o Filho por salvador também resolve, por meio dele, todas as
pendências com a justiça divina.
Somos
justificados gratuitamente! No capítulo 5 de Romanos, Paulo fala da
justificação pela fé, e diz que nós obtivemos
acesso a esta graça por intermédio de Cristo (Rm 5:1-2). Em Gálatas ele
também afirma: temos crido em Cristo Jesus,
para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois,
por obras da lei, ninguém será justiçado (2:16). Ele chega a dizer, no
versículo 21, que se a justiça veio por
meio da lei, então, Cristo morreu inutilmente. Somos justificados pela fé
em Cristo! Pois bem, existem benefícios para os que são justificados por Cristo?
A palavra de Deus mostra que sim. A justificação pela fé traz inúmeros benefícios
para o salvo em Jesus. Quais são eles? Romanos 5:1-11, traz alguns destes benefícios.
Em primeiro
lugar, podemos desfrutar da maravilhosa
paz com Deus, v. 1. O texto não diz que agora temos a “paz de Deus”, que
também é importante. O texto diz que, agora que fomos justificados, temos paz “com Deus”. É paz em direção a Deus, ou
com respeito a Deus. É paz no sentido de que, agora, temos harmonia com Deus.
Não há barreiras entre nós e ele. Em segundo lugar, podemos nos gloriar na esperança da glória de Deus, v. 2. Quando os
seres humanos pecaram foram destituídos da glória de Deus (Rm 3:23). Agora, com
a justificação, podemos nos alegrar com o fato de que esta glória de desvendará
e poderemos participar dela novamente. Antever este nosso futuro deve nos trazer
grande alegria!
Em terceiro
lugar, podemos nos gloriar nas
tribulações, v. 3. Jesus disse que no mundo teríamos aflições (Jo 16:33) e
Paulo disse que é “necessário passarmos por muitas tribulações para entrar no
reino de Deus” (At 14:22). A justificação nos ajuda a ter uma atitude positiva
diante do sofrimento. Não estamos falando aqui de uma atitude doentia, insana,
de deliciar-se na dor. Não é isso. É antes reconhecer, como diz Stott, que por
detrás do sofrimento existe uma racionalidade divina. Deus usa as tribulações
para nos tornar mais semelhantes a ele. As tribulações constroem o caráter do
cristão. Elas podem ser produtivas se reagirmos a elas sem indignação e amargura.
Precisamos participar dos sofrimentos de Cristo para podermos desfrutar da sua
glória (Rm 8:17).
Em quarto
lugar, podemos ter a convicção de que
seremos salvos, v. 9. Nos versículos 6-8, de Romanos 5, Paulo apresenta a
grande prova do amor de Deus pelos seres humanos. Ele enviou seu Filho para
morrer por nós quando ainda éramos “pecadores”. Cristo morreu por pessoas
desprezíveis. Ele fez isso para que pudéssemos chegar a Deus. E os que o
receberem se achegaram. Receberam a salvação. Já estão salvos. Todavia, a
partir do versículo 9, Paulo olha de novo para o futuro. Há um contraste entre
o que Cristo já conquistou na primeira vinda, e o que está por fazer em sua segunda
vinda. Já somos salvos, mas ainda não desfrutamos de todos os benefícios da
salvação. Ainda não fomos livres da presença do pecado. O pecado ainda habita
em nós. Ainda receberemos uma coroa. Ainda receberemos novos corpos. Ainda
seremos salvos!
Por isso,
diz Paulo, agora, que fomos justificados
pelo seu sangue, muito mais ainda, por meio dele seremos salvos da ira de Deus (v.
9). O versículo 10 também diz que, se quando éramos inimigos fomos
reconciliados com Deus, agora que fomos reconciliados, seremos salvos por sua vida (v. 10). Você que se rendeu a Cristo
como Salvador e foi justificado, creia: serás salvo!
PARA REFLETIR
01. O que é a justificação e por meio de quem a recebemos? Quanto
ela nos custa?
02. Leia Romanos 5:1-11 e enumere alguns benefícios da
justificação?
sábado, 24 de setembro de 2016
DA MORTE PARA A VIDA!
(A regeneração no ser humano)
... se alguém está em Cristo é nova criação (2 Co 5:17).
Se, por um
lado, a conversão é a nossa resposta à salvação oferecida por Deus, por outro,
a regeneração, é o outro lado da conversão. É mais um dos passos no processo da
salvação. O “homem deve arrepender-se, crer e converter-se; assim Deus ordena.
Mas não há mandamento para que o homem se regenere”.[1] A
regeneração é obra de Deus. É a transformação que Ele opera nos que crêem; é o
seu ato de conceder nova vida espiritual. Significa, essencialmente,
renascimento: re-generação. Portanto, regenerar é nascer de novo ou outra vez.[2]
A passagem
clássica sobre esta obra esta no evangelho de João: É necessário que vocês nasçam de novo (3:7). Na ocasião que Jesus
pronunciou estas palavras, Nicodemos, o homem que a ouviu originalmente, não as
entendeu. Achou que Cristo falava de nascimento físico. Todavia, este
renascimento é espiritual, é de cima. Esta obra é secreta e misteriosa. A forma
exata que ela acontece é um mistério para nós.
É importante
perguntarmos quem realiza esta obra? Segundo o texto de João, capítulo 3, é o
próprio Espírito Santo o agente da regeneração: o que nasce do Espírito (v. 6). Paulo, de igual modo, confirma esta
verdade, quando fala do lavar regenerador
do Espírito Santo (Tt 3:5), em sua carta à Tito. A “regeneração é
principalmente o trabalho do Espírito Santo (...). Isso significa um
renascimento oriundo do próprio Deus. Portanto, é ser ‘nascido de Deus’”.[3] Os
que creram em Cristo, não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas
de Deus (Jo 1:13). Todo crente genuíno
em Jesus, é alguém nascido de Deus (1 Jo 3:9; 4:7; 5:4, 18).
E porque
Jesus falou que este renascimento é tão necessário? Para responder esta
pergunta, precisamos nos lembrar de como a Bíblia fala dos seres humanos antes
deste glorioso acontecimento. A condição humana antes da regeneração é desesperadora!
Leia o que Paulo diz, em Tito, sobre o que éramos antes deste lavar regenerador
do Espírito: Pois nós também, outrora, éramos néscios,
desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres,
vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros (3:3).
Igualmente, em Éfesios capítulo 2, há um contraste entre
a nova e a antiga vida: Ele vos deu vida,
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência (vs. 1-2). Para sair desta
condição e poder entrar no reino de Deus, não existe outro caminho: o ser
humano precisa nascer de novo (Jo 3:3). A unica esperança para esta humanidade
morta espiritualmente, é o renascimento, e este se tornou possível por causa de
Cristo![4]
Outra
pergunta importante relacionada à regeneração é sobre o meio utilizado pelo
Espírito para realizá-la. O apóstolo Pedro afirmou o seguinte em relação a
isto: Vocês foram regenerados, não de uma
semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e
permanente (1:23). Então, a regeneração, é uma obra do Espírito, que
acontecesse por intermédio da palavra de Deus. É pela
palavra do evangelho, que adentra ao nosso coração através da pregação,
e como semente, ali germina produzindo nova vida, pela atuação do Espírito.
Pela pregação o pecador torna-se alvo da ação regeneradora do Espírito Santo,
de modo que a fé vem ao seu coração por ouvi-la (Rm 10:17). A pregação da
Palavra é o primeiro passo rumo à vivificação espiritual do pecador, pois quando
regenerado, ele se torna uma nova criatura e tudo se faz novo em sua vida (2 Co
5:17).
Quais seus resultados práticos da
regeneração? É óbvio que uma obra tão gloriosa como esta, alterará
significativamente a vida daquele que a recebe. Na regeneração a pessoa passa a
ser uma nova criatura, como nos informa 2 Co 5:17. A pessoa não deixa de ser
ela mesma, mas sua maneira de se comportar e viver no mundo e alterada. “As
coisas antigas já passaram”. Depois da regeneração, não vivemos mais dominados
pelo pecado. Não estamos mais sob o poder de Satanás. 2 Coríntios 5:15,
informa-nos que os que vivem (foram regenerados), não devem viver mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou! Nossa vida agora pertence
ao Senhor. Somos guiados e orientados por ele, em tudo!
Dessa
forma, ficará evidente a mudança de caráter (2 Co 5:17), de mente (Rm 12:2) e
de vontade (Ez 36:26). Quem é regenerado, não mais se mostra dominado pelo pecado
(1 Jo 3:9). Antes, luta contra ele porque tem forças para crescer na santificação pessoal. O misericordioso
ato da regeneração produz em nós o desejo de termos maior cumplicidade com
Cristo e a ele, sermos fiéis. Em 1 João 3:9 lemos: Todo aquele que é nascido
de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não
pode estar no pecado, porque é nascido de Deus. Aqui João explica que a
pessoa que teve um encontro com Jesus Cristo não vive na prática do pecado
porque a semente de Deus que faz produzir vida espiritual está nele.
Naturalmente, isso “não significa que a pessoa terá uma vida perfeita, mas que
o padrão de vida não será de contínua indulgência em pecado”.[5]
Outra
bênção que acompanha a regeneração é a proteção contra o próprio Satanás: Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes,
Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca (1 Jo 5:18). É
possível que ele esteja falando aqui, de possessão demoníaca, por causa da palavra
grega que foi traduzida por “toca”: haptetai. Este verbo grego significa
“aderir a algo”, “apegar-se”. Era empregado para relações sexuais. Então,
Satanás não terá liberdade íntima na vida de nenhum crente em Jesus regenerado.
O diabo po de até
atacar um cristão, mas não pode possuí-lo. Deus nos guarda!
PARA
REFLETIR
01. O que
quer dizer regeneração e quem é o seu agente?
02. Quais
os resultados práticos da regeneração na vida do homem?
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Salmo de Davi, quando fugiu de diante da face de Absalão, seu filho.
SENHOR, como se têm multiplicado os meus adversários! São muitos os que se levantam contra mim.
Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus. (Selá.)
Porém tu, SENHOR, és um escudo para mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça.
Com a minha voz clamei ao SENHOR, e ouviu-me desde o seu santo monte. (Selá.)
Eu me deitei e dormi; acordei, porque o SENHOR me sustentou.
Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam. Levanta-te, SENHOR; salva-me, Deus meu; pois feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos ímpios.
A salvação vem do SENHOR; sobre o teu povo seja a tua bênção. (Selá.)
CONVERTEI-VOS JÁ!
(A conversão do ser humano)
Se não vos converterdes (...) não entrareis no reino do céu (Mt 18:3).
Todo ser
humano nasce afastado ou alienado de Deus, por causa do pecado, e precisa
urgentemente de conversão, isto é, precisa voltar-se para Deus o quanto antes.
Nas palavras de Jesus, em Mateus 18:3, ninguém pode entrar no reino dos céus a
não ser que se converta. “Converter” significa mudar, retornar ou voltar. Em se
tratando de salvação, essa palavra representa a atitude do pecador que está
andando por um caminho e, num determinado momento recebe o chamado do evangelho
e rende-se a proposta de Cristo, muda de caminho. O mesmo texto de Mateus 18:3,
citado anteriormente, na versão da Nova Bíblia Viva está traduzido assim: Se vocês não mudarem de vida, (...), nunca
entrarão no reino dos céus.
A
experiência da conversão é gloriosa.[1] É
uma das mais fantásticas que um ser humano pode experimentar. Mais importante
do que casar-se, tornar-se maior de idade, tirar a carteira nacional de
habilitação, ser uma pessoa nobre, ganhar uma grande fortuna, etc. A conversão
é o passar da morte para vida, das trevas para a luz, de uma vida dominada pelo
pecado para uma vida livre em Cristo; de uma vida sem esperança para uma vida
com significado. Significa ser adotado para a mais nobre das famílias: a
família de Deus! Significa receber as provisões necessárias tanto para esta
vida como para a eternidade. Realmente, é uma gloriosa experiência!
Além de
gloriosa, a experiência da conversão é necessária. Diz a Bíblia: Enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas, e desesperadamente corrupto... (Jr 17:9). O coração humano foi
corrompido pelo pecado e todos nós carregamos em nossa alma uma doença incurável. Sabe que doença é
essa? É a natureza pecaminosa. Ou seja, uma inclinação natural para o pecado,
um desejo incontrolável pelo lixo desse mundo e um maléfico prazer em fazer o
que é errado. Desde a queda, lá no Éden, todos, homens e mulheres, já nascem
com essa terrível natureza. Com ela, é impossível ao ser humano gostar de
coisas espirituais, tais como: ler e meditar na palavra de Deus, orar, obedecer
e servir a Jesus. Por isso, precisamos de uma conversão de natureza e de
caminho.
Dois
são os elementos presentes no processo da conversão: arrependimento e fé.
Conversão é o ato de deixar o pecado em arrependimento e voltar-se para Cristo
em fé. Stott nos apresenta essa verdade através de uma equação: “arrependimento
+ fé = conversão”.[2]
Quando Jesus começou a pregar ele apresentou estes dois elementos: Arrependei-vos e crede no evangelho (Mc
1:15). A palavra arrependimento é uma tradução do termo grego metanóia, que significa, literalmente,
“transformação de mente” ou “mudança de opinião”. Este era um termo militar,
usado nas marchas. Quando um comandante queria que os seus soldados mudassem de
direção, gritava: Metanóia! Na vida
cristã, acontece quando o pecador, convencido pelo Espírito Santo (cf. Jo 16:8-11), percebe que está no
caminho errado. Contudo, é bom que se diga que, está palavra, no original, além
de sugerir mudança de direção, também era uma convocação para “andar em outra
direção”. Metanóia olha tanto para
trás como para frente.
Ela
significa passar por uma transformação radical de coração e vida, sofrer uma
verdadeira reviravolta. Segundo a Bíblia, esse tipo de arrependimento não é igual
ao remorso, mas é a verdadeira e profunda tristeza pelo pecado, que é seguida
pelo desejo e empenho por mudanças (cf.
2 Co 7:9-10). Assim, arrepender-se é o mesmo que virar as costas para o pecado.
Esse é um passo importante para salvação. Tomar esta decisão envolverá, por
exemplo, perder muitas coisas. Jesus disse que aqueles que desejassem vir após
ele, deveriam estar dispostos a “negar a si mesmos” e “tomar a cruz” (Mc 8:34).
E
o que Jesus quis dizer com estas expressões? Com “negar-se a si mesmo”, ele não
quis dizer que devemos negar coisas a nós mesmos.[3]
Deixar de comer doces, beber refrigerante, etc. Não! Devemos deixar “a nós”
mesmos! Eu não vivo mais uma vida de demanda pelos meus prazeres. A palavra
original grega para negar-se significa “recusar-se associar-se com”. A ideia é
que se você decidiu ser discípulo de Jesus você deve se recusar a associar com
a pessoa que você é. Você está cansado do seu eu pecaminoso. Sobre o “tomar a
cruz”, o que isto quer dizer?[4] A
cruz é muito mais do que um símbolo de inconveniência. Muitos costumam chamar o
chefe chato de “cruz”, o marido preguiçoso de “cruz”. Mas, cruz é símbolo de
morte! Jesus está dizendo que quem não estivesse disposto a ter conflito com o
mundo, até ao ponto que isso pudesse custar à própria vida, não poderia
segui-lo! Isto é metanoia! A nossa vida precisa passar por esta reviravolta!
Contudo,
ele só terá resultados efetivos se for acompanhado da fé salvífica, isto é,
crer em Jesus como
Salvador. Se pelo arrependimento viramos as costas para o pecado, pela fé
confiamos que Cristo é capaz de nos perdoar e assim passamos a caminhar em sua
direção. Fé é o “ate olhar para Jesus, e
saber lá no fundo do ser que ele é o único e suficiente salvador, e se entregar
a ele para viver nele”.[5] Temos
três conceitos inclusos nesta definição: conhecimento, aceitação e confiança.[6]
Não existe fé sem conhecimento, por isso, conforme já dissemos, a fé nasce em
nós pelo ouvir... (Rm 10:17), através
da pregação do evangelho. Depois que do conhecimento, vem a aceitação, isto é,
o ato de concordar com a maneira de Deus para resolver o problema do pecado,
aceitando-o para si como o único meio. Por fim, vem a confiança. Depois desta
aceitação preciso descansar nesta obra de Cristo, e viver nele. O justo vive
pela fé. É a fé que nos mantém no caminho. Portanto, a conversão é uma
transformação completa, realizada pelo Espírito, mediante a aceitação do ser
humano, que produz verdadeiro arrependimento e verdadeira fé. É uma obra que
acontece no início da nossa jornada na vida cristã.
PARA REFLETIR
01. O que é a conversão? Porque ela é tão necessária?
02. Quais são os dois elementos da conversão? Medite sobre eles e
responda, você já deu esse importante passo em sua vida?
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
CHAMADOS POR DEUS
(O chamado para os seres humanos)
... para isso vos chamou pelo evangelho, para alcançardes a
glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Ts
2:14).
Até esta
altura dos estudos deste guia tratamos de aspectos mais gerais relacionados à
salvação. A partir deste estudo, começaremos a tratar de aspectos mais
objetivos, isto é, vamos falar do passo a passo do processo da salvação. Como
ela acontece? Como começa? Como se desenvolve? Como se dará sua consumação?
Todas estas perguntas serão respondidas neste, e nos próximos estudos. Neste,
começaremos a nossa abordagem sobre a aplicação da salvação, falando sobre o meio
pelo qual Deus chama as pessoas para a salvação, que é pelo ouvir a Sua Palavra:
... a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela
palavra de Cristo (Rm 10:17, AS21).
De início
vamos tentar definir “chamado”: O chamado é o ato de graça pelo qual Deus
convida os homens a aceitarem pela fé a salvação providenciada por Cristo. É o
primeiro passo no processo da salvação. É através do chamado que a pessoa que
ainda não conhece a Cristo pode recebê-lo como Senhor. Este também acontece
pela graça (2 Tm 1:9). O
chamado, apesar de ser por meio de um instrumento humano, vem do próprio Deus
segundo a Bíblia (cf. Jo 6:44; At
16:14). É interessante notarmos que Deus usa pessoas para chamar pecadores a si
mesmo.
E como isto acontece? O principal meio, conforme já
dissemos, é a pregação da palavra (cf. Rm
10:14, 16-17; 2 Ts 2:14). A pregação da Palavra é o instrumento que o Espírito
Santo, que é Deus, usa para gerar fé no coração daqueles que ainda não
alcançaram a salvação. Quando a palavra esta sendo proclamada a alguém o
Espírito atua no “convencimento” desta pessoa (Jo 16:8-11). É
ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Ele fala diretamente
à consciência do homem, que embora esteja cauterizada, pode ser convencida.
Convencer não é converter, é persuadir ou refutar um oponente para que resolva
a questão mediante uma luz clara, quer venha a aceitar quer rejeitar a
evidência. O chamado só será
eficaz e resultará em salvação se for acompanhado da fé salvífica. Em Mateus
22:14 lemos que muitos são chamados, “mas poucos escolhidos”. Somente os que
aceitam a pregação, de fato, alcançarão a salvação.
Este evangelho, uma vez que proclamado e recebido pelo
pecador, produz mudanças significativas na vida do mesmo. Por isso mesmo não
podemos nos calar. Paulo foi um dos maiores pregadores desta palavra. Ele
deixou-se ser usado por Deus para chamar inúmeras pessoas à fé. O apóstolo acreditava
no poder do evangelho. Sabia que Deus, através dele, pode salvar pessoas: Porque não me envergonho
do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê;
primeiro do judeu e também do grego (Rm 1:16).
Há três razões apresentadas neste versículo que nos aponta o valor glorioso do
evangelho do Senhor Jesus Cristo. Precisamos sempre ter estas verdades em
mente.
Em primeiro
lugar, a mensagem do evangelho é
poderosa: ...pois é o poder de Deus. No
versículo já citado, Paulo diz que o evangelho é o poder de Deus. A palavra que
foi traduzida por poder nas nossas bíblias, no texto original, é dunamis, de
onde se deriva a nossa palavra moderna dinamite. A dinamite tem um poder
destruidor. Foi inventada pelo sueco Alfred Nobel, em 1866. Olha só que
interessante: muitos anos antes de Alfred Nobel colocar o nome de dinamite na
sua invenção, o apóstolo Paulo já usava essa palavra para falar do poder do
evangelho. É claro que ele não tinha em mente a dinamite como nós a conhecemos.
Esta ainda não existia. Todavia, a palavra usada por Alfred Nobel para se
denominar a sua invenção destruidora, foi usada por Paulo para se referir ao
poder transformador do evangelho. O apóstolo acreditava no grande poder do
evangelho e deixa bem claro que, nenhum poder, seja ele político, social,
econômico ou religioso, se compara ao poder do evangelho. Tenhamos também esta
certeza! Acreditemos no poder do evangelho! Creiamos que ele pode dar novo rumo
à vida do que está desorientado! Ele é o poderoso método divino para nos
levar ao céu!
Em segundo
lugar, a mensagem do evangelho é
libertadora: ...pois é o poder de
Deus para a salvação. O significado da palavra “salvação”, na época de
Paulo, era bastante abrangente. Significava “livramento”. Esse livramento era
tanto pessoal quanto nacional. Assim é a mensagem do evangelho. O evangelho nos
liberta do castigo e do poder do pecado. Mas como isso acontece? É simples. A
mensagem do evangelho tira as vendas da incredulidade e do engano. O evangelho
desvenda os nossos olhos. Ele “mostra o homem morto em seu pecar, sem condições de levantar-se por si
só, a menos que, Jesus que é justo, o arranque de onde está, e o justifique, e
o apresente ao Pai” (Trecho da música “O Evangelho”. Composição: Paulo Cezar, Grupo Logos). O evangelho
transforma a pessoa por inteiro. O evangelho pode libertar o viciado! A
meretriz! O alcoólatra! A pessoa perdida, sem rumo, sem esperança! Ele pode!
Em terceiro
lugar, a mensagem do evangelho é
imparcial: ...pois é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê;
primeiro do judeu e também do grego (grifo nosso). A mensagem poderosa do evangelho não está restrita a um grupo de
pessoas, está disponível a todos. O evangelho não é exclusivista: todo aquele
que crê pode ser transformado pelo evangelho. Isso inclui o negro, o branco, o
rico, o pobre, o adulto, a criança, o homem, a mulher, o idoso, o jovem, o
letrado e o analfabeto. A mensagem não privilegia uma classe, é imparcial!
Rompe com as convenções sociais segregadoras. O evangelho é destituído de
qualquer tipo de preconceito.
Um dia nós, crentes em Jesus, recebemos o chamado. Deus,
por sua graça, usou alguém para nos apresentar o evangelho. Esta palavra que é
poderosa, libertadora e imparcial, nos mostrou o lugar que estávamos. Com a
ajuda do Espírito, conseguimos nos levantar. Deus continua chamando pessoas.
Deixe ele usar sua boca, seus pés, e sua mente, nesta gloriosa tarefa, para
abrir os olhos dos que estão cegos por Satanás, a fim de que se convertam das
trevas para a luz, e do poder de Satanás
para Deus, para que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são
santificados pela fé em mim (At 26:18).
PARA REFLETIR
01. O que é o chamado e quando ele acontece,
isto é, quais são os meios e instrumentos usados por Deus para chamar pessoas
ao arrependimento?
02. Você acredita na mensagem do evangelho?
O que Romanos 1:16 nos ensina sobre ela?
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
MARAVILHOSA GRAÇA!
(Um presente para os seres humanos)
Cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus (At 15:11).
Desde muito cedo, todo ser humano aprende a
ganhar coisas pelo seu próprio esforço. Especialistas vão dizer que cada boa
ação da criança deve ser recompensada, para que ela se sinta encorajada a
repetir a ação. Nas escolas, quanto melhor e mais inteligente ela for, mais
prêmios ela tem. A coisa não muda muito depois que chega à fase adulta. O
“mercado” procura pessoas qualificadas. Você precisa se qualificar o máximo
possível para ter um bom emprego, para não ter de depender dos outros, para
poder se sustentar do “próprio suor”, de forma digna. Sem entrar no mérito de
tudo isto ser certo ou errado, é bem possível que seja por crescer neste
ambiente, que a maioria de nós têm tanto problema para entender corretamente a
graça de Deus, afinal, não gostamos da ideia de receber a vida eterna por causa
de uma suposta “caridade celestial”. Queremos estar no céu por merecer! Neste
sentido a mensagem da graça, que deveria confortar, choca-nos.
E o que podemos dizer que é a graça de Deus? De maneira
bem objetiva podemos dizer que é o favor imerecido dele ao ser humano, que
atinge seu ápice na morte de Jesus na cruz. Então, grave isso: apesar dos
vários usos da expressão na Bíblia, o principal sentido dela é o de favor
imerecido de Deus, “demonstrado a pecadores culpados que só
mereciam o juízo. É o amor de Deus demonstrado aos não-amáveis. É Deus
estendendo a sua mão para pessoas rebeldes contra ele”.[1] E
não é de hoje que Deus é gracioso: Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo
vos chamou à sua eterna glória (1 Pd 5:10a). Este “Deus de toda graça” não começou a ser assim na época do
Novo Testamento. Podemos ver claramente a graça de Deus no Antigo Testamento.
Afinal, qual foi o mérito de Noé, em quem Deus achou graça (Gn 6:8)? Noé não era
perfeito e, logo depois de sair da arca, demonstrou isso (Gn 9:18-21). Qual foi
o mérito de Abrão ao ser escolhido para ser o pai de todos os que têm fé (Gl
3:7)? Será que foi o fato de ele fazer parte de uma família idólatra (Js 24:2)?
Qual foi o mérito de Moisés para Deus tê-lo escolhido para libertar seu povo?
Ele ter assinado um egípcio (Ex 2:11-14)? Qual foi o mério de Davi para ser
chamado de “o homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13:14)? Ter adulterado e depois
matado o esposo da mulher com quem adulterou (2 Sm 11:1-16)? Deus sempre foi o
“Deus de toda graça”. Até quando escolheu o povo de Israel, não foi porque eles
eram numerosos - pois eles não eram, na verdade Israel era insignificantes
diante das outras nações, o menor de todos os povos -, mas porque os amava (Dt 7:7-8).
Quando chegamos ao Novo Testamento, continuamos a ver a
graça de Deus. Qual foi o mérito de Maria, para que Deus a contemplasse (Lc
1:47)? Qual foi o mérito do mal quisto publicano Mateus, para receber de Jesus
o convite: segue-me (Lc 5:27)? Qual
foi o mérito de Paulo para ser chamado de perseguidor a perseguido (1 Tm 1:13)?
“Deus é
gracioso porque age graciosamente, ou seja, atua por graça, não por
merecimento da pessoa”.[2]
Deus foi, é, e sempre será: o Deus de toda a graça! Graça ontem, hoje e sempre
jorra do trono de Deus! Paulo disse, em Romanos 5:20: onde aumentou o pecado, a graça de Deus aumentou muito mais ainda. Não existe aquele, que seja tão sujo a ponto
de a graça, do Deus de toda graça, não poder alcançar.
A maior evidência desta graça está estampada na obra de Jesus
Cristo. O evangelho de João proclama de forma magnífica que ... a graça e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo (1:17). Deus amou tanto o mundo que enviou o seu filho (Jo
3:16). A ação graciosa de Deus em favor da salvação do ser humano passa pela
entrega do seu filho amado. Hoje, só podemos experimentar a graça, por causa da
morte de Cristo Jesus. Aqui é preciso que entendamos bem esta questão: Deus é
tão gracioso que enviou Jesus, todavia, a morte de Jesus não resultou a graça,
esta é uma expressão da graça. Os servos de Deus do Antigo Testamento, que
viveram antes da morte de Cristo, também experimentaram a graça de Deus, pois
ele sempre foi gracioso.
Os servos de Deus do Antigo Testamento foram salvos e abençoados
pela fé naquele que viria; nós, os que vivemos depois da morte de Cristo, somos
salvos e abençoados pela fé naquele que já veio. Um dia ele voltará para buscar
todos os seus filhos, os do passado e os do presente. Esta graça que para nós
chegou gratuitamente, custou a morte do salvador. “Ela pode parecer gratuita,
mas o preço que Jesus pagou por nós foi terrivelmente alto”.[3] A
morte de Cristo na cruz é a maior demonstração da graça de Deus e, só por causa
desta demonstração, podemos desfrutar da graça.
Podemos encontrar esta verdade também na carta aos Efésios, no
capítulo 2, onde lemos: ... para mostrar
nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para
conosco em Cristo Jesus
(v. 7). “Deus exibe ao universo a insondável riqueza da sua graciosa
bondade para conosco por meio de
Cristo”.[4] É
interessante notar que o texto diz que a graça se desdobraria para as futuras
eras. Não era só para aquele tempo. É para o nosso como também para todo
futuro. Em todo o tempo a “suprema” riqueza da graça demonstrada em Cristo
poderá ser vista.
A graça de Deus é tão importante e necessária porque nos torna
iguais. Se a salvação é pela graça e não depende do que nós fazemos, então,
ninguém pode bater no peito e dizer que é mais importante. Em Efésios somos
informados que a salvação não é pelas obras, para que ninguém se glorie (Ef 2:8). A Bíblia “A Mensagem”, em linguagem
contemporânea, traduz este versículo dizendo que a salvação é um imenso presente de Deus! Não somos
protagonistas nesta história. Se fosse o caso, andaríamos por aí nos vangloriando
do que fizemos. Não! Um dia nós estaremos no céu, e lá não haverá
exibicionismo, lá não haverá vanglória, lá não haverá testemunhos extraordinários
que chamam atenção para os feitos de uma pessoa, lá não haverá cristãos “mais
espirituais”. A razão é muito simples: todos estarão ali por uma só razão, por
causa da graça de Deus.
PARA
REFLETIR
01. O que é
a graça de Deus? Quando Deus começou a ser o “Deus de toda graça”?
02. Conforme
Efésios 2:8, como recebemos a salvação? O que você pensa disso?
domingo, 18 de setembro de 2016
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