quarta-feira, 28 de setembro de 2016

PLANTANDO ESPERANÇA MOÇAMBIQUE - EP. 1 - Adoção Educacional "Adote"

LIÇÃO 01 - O CRIADOR E O DINHEIRO

AGORA SOU DA FAMÍLIA!
(A adoção dos seres humanos)

Pai nosso que estás nos céus... (Mt 6:9).

Uma coisa é ser justificado, receber o cancelamento da dívida que havia contra nós. Mas Deus faz mais. Além de cancelar a dívida, nos adota para sua família. Podemos definir adoção como sendo o ato de Deus por meio do qual ele nos faz membros da sua família.[1] A salvação inclui também fazer parte da família de Deus. Agora somos filhos!
Antes da queda, Adão e Eva mantinham um relacionamento muito próximo com o criador: eram amigos. Mas esse relacionamento foi rompido pelo pecado e aquele casal tornou-se inimigo de Deus. A partir de então, todos os seus descendentes (inclusive nós) nasceram destituídos da filiação divina. Por causa do pecado, os seres humanos deixaram de ser filhos e passaram a ser apenas criaturas de Deus. Com natureza pecaminosa, tornaram-se filhos do diabo (Jo 8:44), filhos da desobediência (Ef 2:2) e filhos da ira (Ef 2:3).
Em 1 João há um claro contraste entre “filhos de Deus” e “filhos do diabo” (3:10). Todos os seres humanos estão num ou noutro grupo. O evangelho de João diz que todos que o receberam, os que creem no seu nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus (1:12, AS21). Este é mais um passo importantíssimo no processo da salvação. O cristão tem o privilégio de olhar para Deus não apenas como o juiz que o justificou, mas como o Pai amoroso com quem se reconciliou e com quem pode se relacionar.
Na oração modelo Jesus nos ensinou a chamar Deus de Pai: Pai nosso que estás nos céus... (Mt 6:9). Ninguém, antes dele, ousou usar este termo para se referir a Deus. Talvez, alguns, dentre os doze discípulos, devem ter sussurrado meio sem entender o que haviam acabado de ouvir dos lábios do seu mestre: “Será que podemos mesmo chamar Deus assim?”.  No Antigo Testamento, existem algumas (14 para ser exato) raras ocasiões onde Deus é chamado de Pai. Isaías 64:8 é uma delas, Jeremias 3:4 outra. Entretanto, em nenhum texto do Antigo Testamento, a designação “Pai”, usada em referência a Deus, assume o sentido que Jesus deu na oração do Pai Nosso.
Jesus, quando pronunciou a oração do Pai nosso, deve ter usado a palavra “Abba”. Não se esqueça que ele falava aramaico e, era assim que se dizia “pai” em aramaico. Jesus se utilizou desta palavra em outra ocasião, quando conversava com o Pai, na oração do Getsêmani (Mc 14:36). Mas, o que esta palavra tem de tão especial?
Primeiro: Um estudo na literatura judaica da época, sobre oração, irá mostrar que em lugar algum Deus é chamado de “Abba”; ou seja, não era comum orar a Deus chamando-o e nem o enxergando como um Pai.
Segundo: “Abba” era uma das primeiras palavras aprendidas pela criança que estava começando a falar. Ela aprendia a dizer esta palavra logo após ser desmamada. Esse era um termo infantil carregado de afeto. Ninguém ousaria dizer “Abba” referindo-se a Deus. Jesus fez isso! E mais: estendeu esse privilégio a todos nós, isto é, a todos os seus discípulos.
Nós podemos chamar Deus de Pai. Ele é o nosso pai querido. Dirigir-se a Deus assim como uma criançinha se dirige a seu pai, é dirigir-se a Deus com simplicidade familiar, com dependência, com confiança. Para uma criançinha, o pai é herói, é o máximo, “pode tudo”. Ela confia nele, sem reservas. Essa é a ideia deste texto. Essa é a ideia da oração do Pai nosso. Você pode confiar sem reservas no Pai celeste.  
Mesmo diante dos Tsunamis, das guerras e dos terremotos, não se esqueça: você, que entregou a sua vida a Cristo, tem um Pai mais do que especial: E, porque vocês são filhos, Deus enviou o espírito do seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: “Aba, Pai” (Gl 4:6).
Outra informação valiosa que não podemos esquecer, quando falamos de adoção, é a relacionada aos benefícios deste ato. Quando Paulo trata da adoção de filhos, em Gl 4:5, está se referindo a um procedimento da lei romana daquela época. De acordo com a lei, numa certa ocasião, o adotado era formalmente apresentado e reconhecido, diante da sociedade, e passava a desfrutar de todos os privilégios de filho legítimo; tornava-se herdeiro de quem o adotara.[2] Leia o que disse Paulo: Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17).
Ser filho também implica em ser corrigido pelo Pai, quando necessário. Com o objetivo de nos tornar santos como ele é, Deus nos corrige, e isso é prova de seu amor por nós (Hb 12:5-11), pois ele se preocupa conosco e quer que sejamos pessoas melhores. Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus (1 Jo 3:1).

PARA REFLETIR

01. Além de nos justificar, o que mais Deus faz conosco? Que grande bênção alcançamos quando cremos fielmente em Jesus Cristo? João 1:12.

02. Como Jesus nos ensinou a se referir a Deus? Se somos filhos de Deus, que benefícios teremos? Leia Romanos 8:17.







[1] Grudem (1999:615).
[2] Richards (2008:406).

terça-feira, 27 de setembro de 2016


El aire de tu casa - Jesús Adrián Romero - DVD Completo

DECLARADO JUSTO!
(A justificação do ser humano)

... sendo justificados gratuitamente pela sua graça (Rm 3:24).

Como pode um Deus tão perfeito, aceitar em sua presença seres humanos tão imperfeitos? A única maneira de isso acontecer foi providenciada pelo próprio Deus, quando este enviou Jesus Cristo para morrer pelos seres humanos quando estes ainda eram pecadores (Rm 5:8). Esta é a grande prova de amor de Deus! Por causa deste sacrifício, hoje, todo ser humano, pode ser perdoado e aceito por Deus. Ao entregar sua vida a Cristo, além da regeneração, outro ato de Deus que acontece por ocasião da conversão é a justificação. Por justificação, entendemos o ato de Deus declarar que, aos seus olhos, os pecadores são justos.[1]
O verbo “justificar” é tirado do mundo jurídico da época. Quando alguém cometia algum deslize contrariando a lei, passava a ter uma pendência para com a justiça. Quando alguém pagava a pena, ou pagava pelo dano causado a outro, era considerado justificado. Em seu prontuário, existia a descrição da falta cometida, mas com o carimbo que garantia que jamais poderia ser acusado daquele crime. O carimbo dizia: “Justificado!”.[2] Nós também tínhamos uma enorme dívida com Deus, e, por meio de Cristo, quando o recebemos, ele nos declara “justificados”. Nossa dívida foi paga. Mesmo continuando a cometer erros, aos olhos de Deus somos justos, por causa do que Cristo fez.
Quem nos justifica é o Senhor! As nossas próprias justiças são como trapos de imundícia, segundo o profeta Isaías (64:6). Por isso, só Deus pode nos declarar justos. De acordo com o ensino do apóstolo Paulo, é Deus quem justifica (Rm 8:33); ele é justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3:26). A justificação não é um ato humano, mas é algo que provém de Deus. E ele faz isso, por meio do que Cristo fez por nós. Jesus Cristo, o justo, morreu no lugar dos injustos. Na cruz, houve uma troca de papéis: Ele morreu a nossa morte para vivermos a sua vida. Ele, voluntariamente, cumpriu a condenação ou a pena que era nossa. Na justificação o Pai declara, com base na morte substitutiva de Jesus, que todo pecador que aceita o Filho por salvador também resolve, por meio dele, todas as pendências com a justiça divina.
Somos justificados gratuitamente! No capítulo 5 de Romanos, Paulo fala da justificação pela fé, e diz que nós obtivemos acesso a esta graça por intermédio de Cristo (Rm 5:1-2). Em Gálatas ele também afirma: temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justiçado (2:16). Ele chega a dizer, no versículo 21, que se a justiça veio por meio da lei, então, Cristo morreu inutilmente. Somos justificados pela fé em Cristo! Pois bem, existem benefícios para os que são justificados por Cristo? A palavra de Deus mostra que sim. A justificação pela fé traz inúmeros benefícios para o salvo em Jesus. Quais são eles? Romanos 5:1-11, traz alguns destes benefícios.
Em primeiro lugar, podemos desfrutar da maravilhosa paz com Deus, v. 1. O texto não diz que agora temos a “paz de Deus”, que também é importante. O texto diz que, agora que fomos justificados, temos paz “com Deus”. É paz em direção a Deus, ou com respeito a Deus. É paz no sentido de que, agora, temos harmonia com Deus. Não há barreiras entre nós e ele. Em segundo lugar, podemos nos gloriar na esperança da glória de Deus, v. 2. Quando os seres humanos pecaram foram destituídos da glória de Deus (Rm 3:23). Agora, com a justificação, podemos nos alegrar com o fato de que esta glória de desvendará e poderemos participar dela novamente. Antever este nosso futuro deve nos trazer grande alegria!
Em terceiro lugar, podemos nos gloriar nas tribulações, v. 3. Jesus disse que no mundo teríamos aflições (Jo 16:33) e Paulo disse que é “necessário passarmos por muitas tribulações para entrar no reino de Deus” (At 14:22). A justificação nos ajuda a ter uma atitude positiva diante do sofrimento. Não estamos falando aqui de uma atitude doentia, insana, de deliciar-se na dor. Não é isso. É antes reconhecer, como diz Stott, que por detrás do sofrimento existe uma racionalidade divina. Deus usa as tribulações para nos tornar mais semelhantes a ele. As tribulações constroem o caráter do cristão. Elas podem ser produtivas se reagirmos a elas sem indignação e amargura. Precisamos participar dos sofrimentos de Cristo para podermos desfrutar da sua glória (Rm 8:17).
Em quarto lugar, podemos ter a convicção de que seremos salvos, v. 9. Nos versículos 6-8, de Romanos 5, Paulo apresenta a grande prova do amor de Deus pelos seres humanos. Ele enviou seu Filho para morrer por nós quando ainda éramos “pecadores”. Cristo morreu por pessoas desprezíveis. Ele fez isso para que pudéssemos chegar a Deus. E os que o receberem se achegaram. Receberam a salvação. Já estão salvos. Todavia, a partir do versículo 9, Paulo olha de novo para o futuro. Há um contraste entre o que Cristo já conquistou na primeira vinda, e o que está por fazer em sua segunda vinda. Já somos salvos, mas ainda não desfrutamos de todos os benefícios da salvação. Ainda não fomos livres da presença do pecado. O pecado ainda habita em nós. Ainda receberemos uma coroa. Ainda receberemos novos corpos. Ainda seremos salvos!
Por isso, diz Paulo, agora, que fomos justificados pelo seu sangue, muito mais ainda, por meio dele seremos salvos da ira de Deus (v. 9). O versículo 10 também diz que, se quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus, agora que fomos reconciliados, seremos salvos por sua vida (v. 10). Você que se rendeu a Cristo como Salvador e foi justificado, creia: serás salvo!

PARA REFLETIR

01. O que é a justificação e por meio de quem a recebemos? Quanto ela nos custa?

02. Leia Romanos 5:1-11 e enumere alguns benefícios da justificação?





[1] Erickson (1997:408).
[2] Agreste (2007:33).

sábado, 24 de setembro de 2016

Eres Tú la Única Razón de mi Adoración


Cura Para o Brasil - Cast MK Music (Clipe Oficial MK Music em HD)

DA MORTE PARA A VIDA!
(A regeneração no ser humano)

... se alguém está em Cristo é nova criação (2 Co 5:17).

Se, por um lado, a conversão é a nossa resposta à salvação oferecida por Deus, por outro, a regeneração, é o outro lado da conversão. É mais um dos passos no processo da salvação. O “homem deve arrepender-se, crer e converter-se; assim Deus ordena. Mas não há mandamento para que o homem se regenere”.[1] A regeneração é obra de Deus. É a transformação que Ele opera nos que crêem; é o seu ato de conceder nova vida espiritual. Significa, essencialmente, renascimento: re-generação. Portanto, regenerar é nascer de novo ou outra vez.[2]
A passagem clássica sobre esta obra esta no evangelho de João: É necessário que vocês nasçam de novo (3:7). Na ocasião que Jesus pronunciou estas palavras, Nicodemos, o homem que a ouviu originalmente, não as entendeu. Achou que Cristo falava de nascimento físico. Todavia, este renascimento é espiritual, é de cima. Esta obra é secreta e misteriosa. A forma exata que ela acontece é um mistério para nós.
É importante perguntarmos quem realiza esta obra? Segundo o texto de João, capítulo 3, é o próprio Espírito Santo o agente da regeneração: o que nasce do Espírito (v. 6). Paulo, de igual modo, confirma esta verdade, quando fala do lavar regenerador do Espírito Santo (Tt 3:5), em sua carta à Tito. A “regeneração é principalmente o trabalho do Espírito Santo (...). Isso significa um renascimento oriundo do próprio Deus. Portanto, é ser ‘nascido de Deus’”.[3] Os que creram em Cristo, não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1:13). Todo crente genuíno em Jesus, é alguém nascido de Deus (1 Jo 3:9; 4:7; 5:4, 18).
E porque Jesus falou que este renascimento é tão necessário? Para responder esta pergunta, precisamos nos lembrar de como a Bíblia fala dos seres humanos antes deste glorioso acontecimento. A condição humana antes da regeneração é desesperadora! Leia o que Paulo diz, em Tito, sobre o que éramos antes deste lavar regenerador do Espírito: Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros (3:3).
Igualmente, em Éfesios capítulo 2, há um contraste entre a nova e a antiga vida: Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência (vs. 1-2). Para sair desta condição e poder entrar no reino de Deus, não existe outro caminho: o ser humano precisa nascer de novo (Jo 3:3). A unica esperança para esta humanidade morta espiritualmente, é o renascimento, e este se tornou possível por causa de Cristo![4]
            Outra pergunta importante relacionada à regeneração é sobre o meio utilizado pelo Espírito para realizá-la. O apóstolo Pedro afirmou o seguinte em relação a isto: Vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente (1:23). Então, a regeneração, é uma obra do Espírito, que acontecesse por intermédio da palavra de Deus. É pela palavra do evangelho, que adentra ao nosso coração através da pregação, e como semente, ali germina produzindo nova vida, pela atuação do Espírito. Pela pregação o pecador torna-se alvo da ação regeneradora do Espírito Santo, de modo que a fé vem ao seu coração por ouvi-la (Rm 10:17). A pregação da Palavra é o primeiro passo rumo à vivificação espiritual do pecador, pois quando regenerado, ele se torna uma nova criatura e tudo se faz novo em sua vida (2 Co 5:17).
            Quais seus resultados práticos da regeneração? É óbvio que uma obra tão gloriosa como esta, alterará significativamente a vida daquele que a recebe. Na regeneração a pessoa passa a ser uma nova criatura, como nos informa 2 Co 5:17. A pessoa não deixa de ser ela mesma, mas sua maneira de se comportar e viver no mundo e alterada. “As coisas antigas já passaram”. Depois da regeneração, não vivemos mais dominados pelo pecado. Não estamos mais sob o poder de Satanás. 2 Coríntios 5:15, informa-nos que os que vivem (foram regenerados), não devem viver mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou! Nossa vida agora pertence ao Senhor. Somos guiados e orientados por ele, em tudo!
            Dessa forma, ficará evidente a mudança de caráter (2 Co 5:17), de mente (Rm 12:2) e de vontade (Ez 36:26). Quem é regenerado, não mais se mostra dominado pelo pecado (1 Jo 3:9). Antes, luta contra ele porque tem forças para crescer na santificação pessoal. O misericordioso ato da regeneração produz em nós o desejo de termos maior cumplicidade com Cristo e a ele, sermos fiéis. Em 1 João 3:9 lemos: Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus. Aqui João explica que a pessoa que teve um encontro com Jesus Cristo não vive na prática do pecado porque a semente de Deus que faz produzir vida espiritual está nele. Naturalmente, isso “não significa que a pessoa terá uma vida perfeita, mas que o padrão de vida não será de contínua indulgência em pecado”.[5]
            Outra bênção que acompanha a regeneração é a proteção contra o próprio Satanás: Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca (1 Jo 5:18). É possível que ele esteja falando aqui, de possessão demoníaca, por causa da palavra grega que foi traduzida por “toca”: haptetai. Este verbo grego significa “aderir a algo”, “apegar-se”. Era empregado para relações sexuais. Então, Satanás não terá liberdade íntima na vida de nenhum crente em Jesus regenerado. O diabo po de até atacar um cristão, mas não pode possuí-lo. Deus nos guarda!

PARA REFLETIR

01. O que quer dizer regeneração e quem é o seu agente?

02. Quais os resultados práticos da regeneração na vida do homem?






[1] Severa (1999:289).
[2] Williams (2011:381).
[3] Idem, p. 383.
[4] Idem.
[5] Grudem (1999:589).

A HISTÓRIA DO DONO DA COLGATE

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

SALMOS Nº 03

Salmo de Davi, quando fugiu de diante da face de Absalão, seu filho.

SENHOR, como se têm multiplicado os meus adversários! São muitos os que se levantam contra mim.
 Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus. (Selá.)
Porém tu, SENHOR, és um escudo para mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça.
Com a minha voz clamei ao SENHOR, e ouviu-me desde o seu santo monte. (Selá.)
Eu me deitei e dormi; acordei, porque o SENHOR me sustentou.
Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam. Levanta-te, SENHOR; salva-me, Deus meu; pois feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos ímpios.
A salvação vem do SENHOR; sobre o teu povo seja a tua bênção. (Selá.)


Lauriete - Palavras


CONVERTEI-VOS JÁ!
(A conversão do ser humano)

Se não vos converterdes (...) não entrareis no reino do céu (Mt 18:3).

Todo ser humano nasce afastado ou alienado de Deus, por causa do pecado, e precisa urgentemente de conversão, isto é, precisa voltar-se para Deus o quanto antes. Nas palavras de Jesus, em Mateus 18:3, ninguém pode entrar no reino dos céus a não ser que se converta. “Converter” significa mudar, retornar ou voltar. Em se tratando de salvação, essa palavra representa a atitude do pecador que está andando por um caminho e, num determinado momento recebe o chamado do evangelho e rende-se a proposta de Cristo, muda de caminho. O mesmo texto de Mateus 18:3, citado anteriormente, na versão da Nova Bíblia Viva está traduzido assim: Se vocês não mudarem de vida, (...), nunca entrarão no reino dos céus.
A experiência da conversão é gloriosa.[1] É uma das mais fantásticas que um ser humano pode experimentar. Mais importante do que casar-se, tornar-se maior de idade, tirar a carteira nacional de habilitação, ser uma pessoa nobre, ganhar uma grande fortuna, etc. A conversão é o passar da morte para vida, das trevas para a luz, de uma vida dominada pelo pecado para uma vida livre em Cristo; de uma vida sem esperança para uma vida com significado. Significa ser adotado para a mais nobre das famílias: a família de Deus! Significa receber as provisões necessárias tanto para esta vida como para a eternidade. Realmente, é uma gloriosa experiência!
Além de gloriosa, a experiência da conversão é necessária. Diz a Bíblia: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto... (Jr 17:9). O coração humano foi corrompido pelo pecado e todos nós carregamos em nossa alma uma doença incurável. Sabe que doença é essa? É a natureza pecaminosa. Ou seja, uma inclinação natural para o pecado, um desejo incontrolável pelo lixo desse mundo e um maléfico prazer em fazer o que é errado. Desde a queda, lá no Éden, todos, homens e mulheres, já nascem com essa terrível natureza. Com ela, é impossível ao ser humano gostar de coisas espirituais, tais como: ler e meditar na palavra de Deus, orar, obedecer e servir a Jesus. Por isso, precisamos de uma conversão de natureza e de caminho.
            Dois são os elementos presentes no processo da conversão: arrependimento e fé. Conversão é o ato de deixar o pecado em arrependimento e voltar-se para Cristo em fé. Stott nos apresenta essa verdade através de uma equação: “arrependimento + fé = conversão”.[2] Quando Jesus começou a pregar ele apresentou estes dois elementos: Arrependei-vos e crede no evangelho (Mc 1:15). A palavra arrependimento é uma tradução do termo grego metanóia, que significa, literalmente, “transformação de mente” ou “mudança de opinião”. Este era um termo militar, usado nas marchas. Quando um comandante queria que os seus soldados mudassem de direção, gritava: Metanóia! Na vida cristã, acontece quando o pecador, convencido pelo Espírito Santo (cf. Jo 16:8-11), percebe que está no caminho errado. Contudo, é bom que se diga que, está palavra, no original, além de sugerir mudança de direção, também era uma convocação para “andar em outra direção”. Metanóia olha tanto para trás como para frente.
            Ela significa passar por uma transformação radical de coração e vida, sofrer uma verdadeira reviravolta. Segundo a Bíblia, esse tipo de arrependimento não é igual ao remorso, mas é a verdadeira e profunda tristeza pelo pecado, que é seguida pelo desejo e empenho por mudanças (cf. 2 Co 7:9-10). Assim, arrepender-se é o mesmo que virar as costas para o pecado. Esse é um passo importante para salvação. Tomar esta decisão envolverá, por exemplo, perder muitas coisas. Jesus disse que aqueles que desejassem vir após ele, deveriam estar dispostos a “negar a si mesmos” e “tomar a cruz” (Mc 8:34).
            E o que Jesus quis dizer com estas expressões? Com “negar-se a si mesmo”, ele não quis dizer que devemos negar coisas a nós mesmos.[3] Deixar de comer doces, beber refrigerante, etc. Não! Devemos deixar “a nós” mesmos! Eu não vivo mais uma vida de demanda pelos meus prazeres. A palavra original grega para negar-se significa “recusar-se associar-se com”. A ideia é que se você decidiu ser discípulo de Jesus você deve se recusar a associar com a pessoa que você é. Você está cansado do seu eu pecaminoso. Sobre o “tomar a cruz”, o que isto quer dizer?[4] A cruz é muito mais do que um símbolo de inconveniência. Muitos costumam chamar o chefe chato de “cruz”, o marido preguiçoso de “cruz”. Mas, cruz é símbolo de morte! Jesus está dizendo que quem não estivesse disposto a ter conflito com o mundo, até ao ponto que isso pudesse custar à própria vida, não poderia segui-lo! Isto é metanoia! A nossa vida precisa passar por esta reviravolta!
            Contudo, ele só terá resultados efetivos se for acompanhado da fé salvífica, isto é, crer em Jesus como Salvador. Se pelo arrependimento viramos as costas para o pecado, pela fé confiamos que Cristo é capaz de nos perdoar e assim passamos a caminhar em sua direção. Fé é o  “ate olhar para Jesus, e saber lá no fundo do ser que ele é o único e suficiente salvador, e se entregar a ele para viver nele”.[5] Temos três conceitos inclusos nesta definição: conhecimento, aceitação e confiança.[6] Não existe fé sem conhecimento, por isso, conforme já dissemos, a fé nasce em nós pelo ouvir... (Rm 10:17), através da pregação do evangelho. Depois que do conhecimento, vem a aceitação, isto é, o ato de concordar com a maneira de Deus para resolver o problema do pecado, aceitando-o para si como o único meio. Por fim, vem a confiança. Depois desta aceitação preciso descansar nesta obra de Cristo, e viver nele. O justo vive pela fé. É a fé que nos mantém no caminho. Portanto, a conversão é uma transformação completa, realizada pelo Espírito, mediante a aceitação do ser humano, que produz verdadeiro arrependimento e verdadeira fé. É uma obra que acontece no início da nossa jornada na vida cristã.

PARA REFLETIR

01. O que é a conversão? Porque ela é tão necessária?

02. Quais são os dois elementos da conversão? Medite sobre eles e responda, você já deu esse importante passo em sua vida?



[1] Ryle (2002:76).
[2] Stott (137).
[3] McCall (2009:159).
[4] Idem, p. 160.
[5] Lima (2006:370).
[6] Idem, p. 371-372.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

“Aquele que não leva a mensagem da cruz, é porque não a entendeu” (Marvyo Darley) 

Aline Barros - Renova-Me

CHAMADOS POR DEUS
(O chamado para os seres humanos)

... para isso vos chamou pelo evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Ts 2:14).

Até esta altura dos estudos deste guia tratamos de aspectos mais gerais relacionados à salvação. A partir deste estudo, começaremos a tratar de aspectos mais objetivos, isto é, vamos falar do passo a passo do processo da salvação. Como ela acontece? Como começa? Como se desenvolve? Como se dará sua consumação? Todas estas perguntas serão respondidas neste, e nos próximos estudos. Neste, começaremos a nossa abordagem sobre a aplicação da salvação, falando sobre o meio pelo qual Deus chama as pessoas para a salvação, que é pelo ouvir a Sua Palavra: ... a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo (Rm 10:17, AS21).
De início vamos tentar definir “chamado”: O chamado é o ato de graça pelo qual Deus convida os homens a aceitarem pela fé a salvação providenciada por Cristo. É o primeiro passo no processo da salvação. É através do chamado que a pessoa que ainda não conhece a Cristo pode recebê-lo como Senhor. Este também acontece pela graça (2 Tm 1:9). O chamado, apesar de ser por meio de um instrumento humano, vem do próprio Deus segundo a Bíblia (cf. Jo 6:44; At 16:14). É interessante notarmos que Deus usa pessoas para chamar pecadores a si mesmo.
E como isto acontece? O principal meio, conforme já dissemos, é a pregação da palavra (cf. Rm 10:14, 16-17; 2 Ts 2:14). A pregação da Palavra é o instrumento que o Espírito Santo, que é Deus, usa para gerar fé no coração daqueles que ainda não alcançaram a salvação. Quando a palavra esta sendo proclamada a alguém o Espírito atua no “convencimento” desta pessoa (Jo 16:8-11). É ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Ele fala diretamente à consciência do homem, que embora esteja cauterizada, pode ser convencida. Convencer não é converter, é persuadir ou refutar um oponente para que resolva a questão mediante uma luz clara, quer venha a aceitar quer rejeitar a evidência. O chamado só será eficaz e resultará em salvação se for acompanhado da fé salvífica. Em Mateus 22:14 lemos que muitos são chamados, “mas poucos escolhidos”. Somente os que aceitam a pregação, de fato, alcançarão a salvação.
Este evangelho, uma vez que proclamado e recebido pelo pecador, produz mudanças significativas na vida do mesmo. Por isso mesmo não podemos nos calar. Paulo foi um dos maiores pregadores desta palavra. Ele deixou-se ser usado por Deus para chamar inúmeras pessoas à fé. O apóstolo acreditava no poder do evangelho. Sabia que Deus, através dele, pode salvar pessoas: Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego (Rm 1:16). Há três razões apresentadas neste versículo que nos aponta o valor glorioso do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Precisamos sempre ter estas verdades em mente.
Em primeiro lugar, a mensagem do evangelho é poderosa: ...pois é o poder de Deus. No versículo já citado, Paulo diz que o evangelho é o poder de Deus. A palavra que foi traduzida por poder nas nossas bíblias, no texto original, é dunamis, de onde se deriva a nossa palavra moderna dinamite. A dinamite tem um poder destruidor. Foi inventada pelo sueco Alfred Nobel, em 1866. Olha só que interessante: muitos anos antes de Alfred Nobel colocar o nome de dinamite na sua invenção, o apóstolo Paulo já usava essa palavra para falar do poder do evangelho. É claro que ele não tinha em mente a dinamite como nós a conhecemos. Esta ainda não existia. Todavia, a palavra usada por Alfred Nobel para se denominar a sua invenção destruidora, foi usada por Paulo para se referir ao poder transformador do evangelho. O apóstolo acreditava no grande poder do evangelho e deixa bem claro que, nenhum poder, seja ele político, social, econômico ou religioso, se compara ao poder do evangelho. Tenhamos também esta certeza! Acreditemos no poder do evangelho! Creiamos que ele pode dar novo rumo à vida do que está desorientado! Ele é o poderoso método divino para nos levar ao céu!
Em segundo lugar, a mensagem do evangelho é libertadora: ...pois é o poder de Deus para a salvação. O significado da palavra “salvação”, na época de Paulo, era bastante abrangente. Significava “livramento”. Esse livramento era tanto pessoal quanto nacional. Assim é a mensagem do evangelho. O evangelho nos liberta do castigo e do poder do pecado. Mas como isso acontece? É simples. A mensagem do evangelho tira as vendas da incredulidade e do engano. O evangelho desvenda os nossos olhos. Ele “mostra o homem morto em seu pecar, sem condições de levantar-se por si só, a menos que, Jesus que é justo, o arranque de onde está, e o justifique, e o apresente ao Pai” (Trecho da música “O Evangelho”.  Composição: Paulo Cezar, Grupo Logos). O evangelho transforma a pessoa por inteiro. O evangelho pode libertar o viciado! A meretriz! O alcoólatra! A pessoa perdida, sem rumo, sem esperança! Ele pode!
Em terceiro lugar, a mensagem do evangelho é imparcial: ...pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego (grifo nosso). A mensagem poderosa do evangelho não está restrita a um grupo de pessoas, está disponível a todos. O evangelho não é exclusivista: todo aquele que crê pode ser transformado pelo evangelho. Isso inclui o negro, o branco, o rico, o pobre, o adulto, a criança, o homem, a mulher, o idoso, o jovem, o letrado e o analfabeto. A mensagem não privilegia uma classe, é imparcial! Rompe com as convenções sociais segregadoras. O evangelho é destituído de qualquer tipo de preconceito.
Um dia nós, crentes em Jesus, recebemos o chamado. Deus, por sua graça, usou alguém para nos apresentar o evangelho. Esta palavra que é poderosa, libertadora e imparcial, nos mostrou o lugar que estávamos. Com a ajuda do Espírito, conseguimos nos levantar. Deus continua chamando pessoas. Deixe ele usar sua boca, seus pés, e sua mente, nesta gloriosa tarefa, para abrir os olhos dos que estão cegos por Satanás, a fim de que se convertam das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, para que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim (At 26:18).

PARA REFLETIR 

01. O que é o chamado e quando ele acontece, isto é, quais são os meios e instrumentos usados por Deus para chamar pessoas ao arrependimento?

02. Você acredita na mensagem do evangelho? O que Romanos 1:16 nos ensina sobre ela?


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

MARAVILHOSA GRAÇA!
(Um presente para os seres humanos)

Cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus (At 15:11).

Desde muito cedo, todo ser humano aprende a ganhar coisas pelo seu próprio esforço. Especialistas vão dizer que cada boa ação da criança deve ser recompensada, para que ela se sinta encorajada a repetir a ação. Nas escolas, quanto melhor e mais inteligente ela for, mais prêmios ela tem. A coisa não muda muito depois que chega à fase adulta. O “mercado” procura pessoas qualificadas. Você precisa se qualificar o máximo possível para ter um bom emprego, para não ter de depender dos outros, para poder se sustentar do “próprio suor”, de forma digna. Sem entrar no mérito de tudo isto ser certo ou errado, é bem possível que seja por crescer neste ambiente, que a maioria de nós têm tanto problema para entender corretamente a graça de Deus, afinal, não gostamos da ideia de receber a vida eterna por causa de uma suposta “caridade celestial”. Queremos estar no céu por merecer! Neste sentido a mensagem da graça, que deveria confortar, choca-nos. 
E o que podemos dizer que é a graça de Deus? De maneira bem objetiva podemos dizer que é o favor imerecido dele ao ser humano, que atinge seu ápice na morte de Jesus na cruz. Então, grave isso: apesar dos vários usos da expressão na Bíblia, o principal sentido dela é o de favor imerecido de Deus, “demonstrado a pecadores culpados que só mereciam o juízo. É o amor de Deus demonstrado aos não-amáveis. É Deus estendendo a sua mão para pessoas rebeldes contra ele”.[1] E não é de hoje que Deus é gracioso: Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória (1 Pd 5:10a). Este “Deus de toda graça” não começou a ser assim na época do Novo Testamento. Podemos ver claramente a graça de Deus no Antigo Testamento. Afinal, qual foi o mérito de Noé, em quem Deus achou graça (Gn 6:8)? Noé não era perfeito e, logo depois de sair da arca, demonstrou isso (Gn 9:18-21). Qual foi o mérito de Abrão ao ser escolhido para ser o pai de todos os que têm fé (Gl 3:7)? Será que foi o fato de ele fazer parte de uma família idólatra (Js 24:2)? Qual foi o mérito de Moisés para Deus tê-lo escolhido para libertar seu povo? Ele ter assinado um egípcio (Ex 2:11-14)? Qual foi o mério de Davi para ser chamado de “o homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13:14)? Ter adulterado e depois matado o esposo da mulher com quem adulterou (2 Sm 11:1-16)? Deus sempre foi o “Deus de toda graça”. Até quando escolheu o povo de Israel, não foi porque eles eram numerosos - pois eles não eram, na verdade Israel era insignificantes diante das outras nações, o menor de todos os povos -, mas porque os amava (Dt 7:7-8).
Quando chegamos ao Novo Testamento, continuamos a ver a graça de Deus. Qual foi o mérito de Maria, para que Deus a contemplasse (Lc 1:47)? Qual foi o mérito do mal quisto publicano Mateus, para receber de Jesus o convite: segue-me (Lc 5:27)? Qual foi o mérito de Paulo para ser chamado de perseguidor a perseguido (1 Tm 1:13)? “Deus é gracioso porque age graciosamente, ou seja, atua por graça, não por merecimento da pessoa”.[2] Deus foi, é, e sempre será: o Deus de toda a graça! Graça ontem, hoje e sempre jorra do trono de Deus! Paulo disse, em Romanos 5:20: onde aumentou o pecado, a graça de Deus aumentou muito mais ainda. Não existe aquele, que seja tão sujo a ponto de a graça, do Deus de toda graça, não poder alcançar.     
A maior evidência desta graça está estampada na obra de Jesus Cristo. O evangelho de João proclama de forma magnífica que ... a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo (1:17). Deus amou tanto o mundo que enviou o seu filho (Jo 3:16). A ação graciosa de Deus em favor da salvação do ser humano passa pela entrega do seu filho amado. Hoje, só podemos experimentar a graça, por causa da morte de Cristo Jesus. Aqui é preciso que entendamos bem esta questão: Deus é tão gracioso que enviou Jesus, todavia, a morte de Jesus não resultou a graça, esta é uma expressão da graça. Os servos de Deus do Antigo Testamento, que viveram antes da morte de Cristo, também experimentaram a graça de Deus, pois ele sempre foi gracioso. 
Os servos de Deus do Antigo Testamento foram salvos e abençoados pela fé naquele que viria; nós, os que vivemos depois da morte de Cristo, somos salvos e abençoados pela fé naquele que já veio. Um dia ele voltará para buscar todos os seus filhos, os do passado e os do presente. Esta graça que para nós chegou gratuitamente, custou a morte do salvador. “Ela pode parecer gratuita, mas o preço que Jesus pagou por nós foi terrivelmente alto”.[3] A morte de Cristo na cruz é a maior demonstração da graça de Deus e, só por causa desta demonstração, podemos desfrutar da graça.
Podemos encontrar esta verdade também na carta aos Efésios, no capítulo 2, onde lemos: ... para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus (v. 7). “Deus exibe ao universo a insondável riqueza da sua graciosa bondade para conosco por meio de Cristo”.[4] É interessante notar que o texto diz que a graça se desdobraria para as futuras eras. Não era só para aquele tempo. É para o nosso como também para todo futuro. Em todo o tempo a “suprema” riqueza da graça demonstrada em Cristo poderá ser vista.
A graça de Deus é tão importante e necessária porque nos torna iguais. Se a salvação é pela graça e não depende do que nós fazemos, então, ninguém pode bater no peito e dizer que é mais importante. Em Efésios somos informados que a salvação não é pelas obras, para que ninguém se glorie (Ef 2:8). A Bíblia “A Mensagem”, em linguagem contemporânea, traduz este versículo dizendo que a salvação é um imenso presente de Deus! Não somos protagonistas nesta história. Se fosse o caso, andaríamos por aí nos vangloriando do que fizemos. Não! Um dia nós estaremos no céu, e lá não haverá exibicionismo, lá não haverá vanglória, lá não haverá testemunhos extraordinários que chamam atenção para os feitos de uma pessoa, lá não haverá cristãos “mais espirituais”. A razão é muito simples: todos estarão ali por uma só razão, por causa da graça de Deus.

PARA REFLETIR

01. O que é a graça de Deus? Quando Deus começou a ser o “Deus de toda graça”?

02. Conforme Efésios 2:8, como recebemos a salvação? O que você pensa disso?




[1] Bridges (2007:21).
[2] Linden (2008:461).
[3] Swindoll (2009:67).
[4] Unger (2006:540).

Nós somos super humanos