quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Meu hospital - Anderson Freire

Ele Não Desiste de Você - ANIMA GOSPEL

TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS!
(A conduta na vida cristã)

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (Mt 5:16).

Jesus disse que pelo fruto se conhece a árvore (Mt 12:33), e basta fazer uma leitura cuidadosa de todo o texto e descobriremos que ele não está dando uma aula de agricultura, a ideia é que devemos provar o caráter de uma pessoa pela sua conduta.[1] Muito mais do que “dizer” é preciso “evidenciar” que se é discípulo de Cristo no dia-a-dia da nossa jornada cristã! No sermão do monte, Jesus ensinou que o cristão é a luz do mundo, mas não parou por aí. Ele disse também que essa luz deve brilhar diante dos homens, para que estes, “vejam” as suas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos céus (cf. Mt 5:14-16).
     Como cristãos, devemos ter uma conduta que glorifique a Deus. Em Efésios 2:10 Paulo fala sobre isso. Observe a primeira parte do texto: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras... (Ef 2:10a). Se fizermos uma leitura atenciosa dos versículos anteriores veremos que eles enfocam duas realidades distintas. Em primeiro lugar, eles mostram a realidade da humanidade sem Cristo (1-3), e em segundo, a realidade da humanidade com Cristo (4-10). Nestes versículos enxergamos o “antes” e o “depois” do encontro transformador com Jesus.
     “Antes” desse maravilhoso encontro com Cristo, estávamos mortos nos nossos delitos e pecados (Ef 2:1), “depois” desse encontro, fomos vivificados pela graça, e Deus nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2:5-6). E mais! Observe a palavra “feitura” que aparece no versículo 10. Ela foi traduzida da palavra grega “poiema”, de onde vem nossa palavra em português “poema”. De filhos da ira (Ef 2:3), fomos transformados num poema, numa obra de arte, numa composição de Deus, o criador!
     Mas o que realizou tamanha mudança? Qual o segredo desse gritante contraste entre a velha e a nova vida? A resposta não poderia ser outra: Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, (...) nos vivificou juntamente com Cristo (Ef 2:4-5). Deus fez com que tamanha transformação acontecesse! Mas não fez isso sem objetivo. Ele não faz nada sem propósito. A Bíblia nos informa, no versículo 10, um desses objetivos: ...criados em Cristo Jesus para as boas obras (grifo nosso).
     A preposição “para” que aparece neste texto tem um significado profundo. Muito mais do que dizer meramente que as boas obras eram o propósito da nova vida, significa que as boas obras “fazem parte” da nova vida como condição inalienável.[2] A qualidade essencial da nova vida são as boas obras. Em Tito 2:14 Paulo diz que Cristo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.
     Neste texto de Efésios, Paulo mostra que apesar da nossa salvação ser exclusivamente pela graça e não pelas obras (Ef 2:8-9), estas, têm um lugar essencial na vida do crente em Jesus, como fruto da regeneração.[3] Ou seja, apesar de não sermos salvos “pelas” obras (Ef 2:9), fomos salvos “para” andarmos nelas (Ef 2:10). Elas são os sinais visíveis da nova vida em Cristo e evidenciam a santificação pessoal.
     Em II Timóteo 3:17 Paulo ensina que o homem de Deus deve ser perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. O próprio Jesus disse que não pode a árvore boa produzir maus frutos, nem a árvore má produzir bons frutos (Mt 7:18). Está é a lógica divina! O que há dentro de uma pessoa é o que vai sair dela! Todo aquele que se diz cristão deve apresentar alguma evidencia disso em sua conduta diária. Um crente em Jesus que vive uma vida diária que não glorifica Deus, que não evidencia a santificação pessoal no ambiente familiar, secular e religioso não entendeu a proposta do evangelho. O chamado a santidade é de vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano, ele é radical e nos afeta por inteiro, cada esfera da nossa vida.
     Precisamos ter uma conduta exemplar no ambiente familiar! Em Efésios, encontramos o modelo de lar cristão ideal (cf. Ef 5:22-6:4). A santidade no lar é a base para a santidade em todas as outras esferas da vida. A nossa luz também precisa brilhar na confidencialidade das nossas casas. Existem cristãos, que na igreja são um “amor”, mas em casa são um “horror”. Evidenciar a santidade pessoal na igreja e não fazer isso no ambiente familiar é viver uma vida cristã de aparências. O lar cristão precisa ser santo! Pense um pouco na sua vida: Deus tem sido glorificado pelos membros da sua família, pelos seus vizinhos, através das suas boas obras no ambiente familiar?  
     Precisamos ter uma conduta exemplar no ambiente religioso! Veja o que diz Hebreus 10:24: Consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras (Hb 10:24 – Grifo nosso). A palavra “boas”, do grego “Kalos”, significa “bonitas de se olhar”. Juntos os cristãos precisam crescer e avançar na santidade pessoal. E isso precisa ser evidenciado no meio da igreja. O que seus irmãos de fé têm dito ao seu respeito? Suas obras são “bonitas de se olhar”? Na congregação onde você serve ao Senhor, você tem demonstrado com suas atitudes que é o que diz ser? Tiago disse que a fé, se não tiver obras, é morta em si mesmo (Tg 2:17).      
     Precisamos ter uma conduta exemplar no ambiente secular! “Pensar que santidade cresce no isolamento das quatro paredes da igreja é errar no conceito de santidade”.[4] A santificação pessoal também precisa ser evidenciada no mundo e na sociedade em que vivemos: Na competição do nosso trabalho, nos nossos negócios, nas nossas amizades, nos nossos estudos e até mesmo na condução do nosso carro! Jesus disse: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai que esta nos céus (Mt 5:16). Os não crentes têm glorificado a Deus através das suas boas obras na sociedade?

PARA REFLETIR

01. Como cristãos, qual deve ser a nossa conduta para com Deus?

02. Em que ambientes a nossa “luz” deve brilhar?





[1] Broadus (1942:358).
[2] Foulkes (1983:66).
[3] Davidson (1963:1255).
[4] Shedd (1998:77).

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Isso sim que é louvor, e não este gospel podre que vemos ai

MAIS DO QUE MÚSICA
(A adoração na vida cristã)

... importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (Jo 4:24)    .

Você já parou para meditar no que significa a palavra adoração. Não é tarefa fácil defini-la. Seu significado é abrangente. Muitos acham que adorar é sinônimo de cantar. Com certeza você já ouviu a frase: “em nossa igreja temos primeiro a adoração e depois a palavra”. Pois bem, esse é um grande mal entendido. Na verdade, todos os momentos do culto a Deus são um ato de adoração: a oração, a leitura da Bíblia, os cânticos, a reverência, ofertar e até mesmo o saudar uns aos outros. Diferente do louvor, que está mais ligado à música, a adoração está ligada ao dia-a-dia. Nós louvamos a Deus com a nossa a nossa voz, mas devemos adorá-lo com a nossa vida. Neste estudo, gostaríamos de pensar sobre o a vida do verdadeiro adorador.
Alguma vez você já teve coragem de perguntar a si mesmo se é ou não um autêntico adorador. Em João 4:24 lemos: Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Eu queria que você observasse comigo atentamente a palavra “adoradores”. No texto original da bíblia é “proskunetai” que significa aquele que pratica a “proskunéo”. Nesta conversa, Jesus usa essa palavra dez vezes! Ela nos ensina muito sobre como deve ser a nossa adoração. Vejamos dois significados desta palavra.
Em primeiro lugar, verdadeira adoração tem a ver com entrega. O significado primário dessa palavra é abaixar o corpo, dobrá-lo, prostrar-se literal ou simbolicamente, fazer reverência a alguém superior. Entre os gregos era um termo técnico que significava “adorar os deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se. Em outras palavras descrevia o gesto de curvar diante de uma pessoa. Este gesto traduz o ato de reconhecer a insuficiência do adorador e a superioridade do objeto adorado, colocando-se a sua inteira disposição.[1] Aqui está um dos porquês de existirem tão poucos adoradores, quase ninguém quer pagar o preço da prostração, da entrega. Verdadeira adoração exige entrega! Esse ato significa perder o controle da própria vida, e pouca gente aceita isso.
Em segundo lugar, verdadeira adoração tem a ver com aproximação. Em segundo lugar, estudando o termo “proskunéo”, é interessante notar que ele se compõe de duas palavras gregas: “pros” que significa “para” e “Kunéo” que significa “beijar”.[2] Se traduzida literalmente a palavra pode significar “beijar a mão ou o piso diante de”. Shedd diz que entre os gregos, beijar a terra ou a imagem, em sinal de adoração, acompanhava o ato de prostra-se no chão.[3] Mas porque Jesus usou esta palavra? O que um termo que também significa beijo pode nos ensinar?
No Antigo Testamento a palavra usada mais de 170 vezes para indicar adoração é “shachah”, e que se traduz literalmente como inclinar-se, cair diante de, prostrar-se, ajoelhar-se. Nós podemos fazer tudo isso a distância! Quando Jesus introduz uma palavra que também significa beijo, ele está ensinando que verdadeira adoração tem a ver com aproximação, contato! Por quê? A resposta é simples: beijo denota contato, aproximação. Quer ser um verdadeiro adorador, não se esqueça que verdadeira adoração exige aproximação. Não tem como dizer que somos verdadeiros adoradores se não vivemos constantemente aos pés do Senhor. É preciso contato diário com Ele! 
Além da adoração, a Bíblia ensina o povo de Deus a louvá-lo. Louvar é um mandamento: Louvai ao Senhor...  (Sl 117:1 cf. Rm 15:11). Entretanto, a supervalorização dos ritmos e o desprezo pelas letras dos cânticos, por parte de muitos líderes de louvores dos dias atuais, é lamentável e precisa urgentemente ser repensada. Partindo do principio que o louvor é para Deus, nossa expressão de ações de graça tem que ter entendimento, isto é, precisamos saber o que estamos cantando ou dizendo a Ele. Não podemos nos iludir com o emocionalismo dos ritmos. Temos que ter em mente que cantar hinos não é mera exibição, mas sim, um momento de exaltação a Deus.
Quando não nos preocupamos com o que estamos cantando corremos o grande risco de cantar doutrinas anti bíblicas. Por isso, nossa base para os louvores deve ser a Palavra de Deus. Tudo o que cantamos precisa passar pelo crivo das Escrituras. É fundamental analisarmos nossos cânticos, para que em nossos cultos, o Senhor Jesus seja louvado com sabedoria por sua igreja. O louvor a Deus precisa estar embasado na Palavra de Deus! Veja o que Paulo disse aos irmãos de Colossos: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração (Cl 3:16). Veja como “louvor” e “palavra” andam juntos. “De acordo com Paulo, existe uma relação clara entre o conhecimento da Bíblia e a adoração em cânticos”.[4] Neste texto, Paulo nos ensina que a palavra de Cristo precede toda e qualquer prática, pois como cantaremos ou oraremos a um Deus cujo ensino ignoramos ou desprezamos? Só conhecemos a Cristo através de sua palavra.
No Salmo 119, Davi mostra quão valiosa são as Escrituras Sagradas. Ela deve ser o conteúdo da nossa adoração e deve habitar ricamente em nós. Habitar, diga-se de passagem, não é “ficar” por alguns momentos, mas é morar para sempre! A palavra de Cristo deve influenciar nossa vida constantemente. Segundo Warren Wiersbe, a palavra “habitar”, neste texto, significa “sentir-se em casa”.[5] Todo cristão precisa ter familiaridade com a Palavra de Deus! A Palavra de Deus precisa achar guarida no coração daquele que o adora. Ela tem de se sentir em casa para transformar o que precisa ser transformado, mudar o que precisa ser mudado, restaurar o que precisa ser restaurado. Que assim seja!

PARA REFLETIR

01. O que significa “adoração”? Ela está condicionada à música?

02. Quando louvamos a Deus o que precisamos ter em mente?





[1] Shedd (2007:19).
[2] Vine; Merril; White Jr. (2009:374).
[3] Shedd (2007:19).
[4] Wiersbe (2006:183).
[5] Idem, p. 182. 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Enquanto Você Louva - Elaine de Jesus (Clipe Oficial MK Music em HD)

O LAR CRISTÃO IDEAL
(A família na vida cristã)

Eu e a minha casa serviremos ao Senhor! (Js 23:15).

            Por que muitos lares, inclusive cristão, vivem em “pé de guerra”? A família foi idealizada por Deus para ser uma bênção. Estar em casa, na companhia de nossos familiares, deve ser motivo de grande alegria. O lar precisa ser um lugar de refrigério e não um campo de batalha. A família é a instituição mais básica e importante na face da Terra. Não existe sociedade justa, nem nação forte sem famílias estruturadas. Também, não há igreja santa sem famílias santas. Ela é um projeto de Deus! O Senhor a criou para que ela fosse feliz. Nós cremos que a Bíblia tem o parâmetro para família ideal. Nela, Deus, o idealizador da família, deixou as diretrizes e os caminhos que as famílias de todas as épocas devem seguir. Nosso objetivo, como discípulo de Cristo, não é saber o que o mundo ensina sobre família, mas o que a Bíblia ensina sobre esta instituição divina. Importa o que Deus diz, e não o que os homens dizem (At 5:29)! É isso que veremos neste estudo.
Em primeiro lugar, pensemos no papel das esposas. A Bíblia diz: Mulheres sejam submissas ao próprio marido... (Ef 5:22). O que é ser submissa? Não sinônimo de inferioridade ou indignidade, já que todos os cristãos devem submeter-se uns aos outros (Ef 5:21). A submissão da esposa ao marido é uma aplicação específica de uma regra geral. E, é bom que fique bem claro: a mulher não é inferior ao homem, pois, são iguais diante de Deus (Gn 1:27; Gl 3:28). O verbo “submeter” (gr. hupotasso) era um termo militar que significava “organizar sob comando de um líder”. E, em uso não militar, era “uma atitude voluntária de ceder e cooperar” ou “sujeição voluntária”. Um corpo sem cabeça ou com duas cabeças é uma anomalia. E, na família, isso é um convite ao caos![1] Por isso, o Senhor colocou o marido como “cabeça”, isto é, o “líder” da família (Ef 5:23). E, a esposa cristã e santa deve sujeitar-se a ele e respeitá-lo em Cristo (Ef 5:33). Não é papel de a mulher competir com o esposo, muito menos, comandá-lo. Deve ser uma companheira e não uma concorrente! Com sabedoria ela deve edifica o lar, ajudar na educação dos filhos e apoiar o esposo.     Vale ressaltar, que sua submissão não é incondicional. Espera-se do marido uma liderança santa e amorosa, que reflita a de Cristo. Por isso diz o texto: sejam submissas (...) no Senhor.
     Em segundo lugar, pensemos no dever dos maridos. O texto de Efésios 5:23 diz que o marido é o cabeça da mulher. De igual modo, em I Coríntios capítulo 11, versículo 3, encontramos esta verdade relatada. Ambos os textos revelam a liderança que deve ser exercida pelo homem na relação conjugal. A pergunta agora é: de que maneira o marido deve desempenhar este papel? A Bíblia responde, também em Efésios: com amor! Se a palavra que caracteriza o papel da esposa é submissão, a palavra que caracteriza o dever do marido é amor. A liderança precisa ser amorosa! É dada uma ordem para os maridos neste texto: Maridos, cada um de vós ame a sua esposa (Ef 5:25). Submeter-se pode ser difícil, mas amar é ainda mais.
     E, de fato, o padrão determinado aos maridos é elevadíssimo: ...amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja (Ef 5:25a). “Paulo exalta o amor conjugal ao nível mais alto possível, pois vê no lar cristão uma imagem do relacionamento entre Cristo e a igreja”.[2] A esposa tem como padrão a igreja. Ela deve submeter-se ao marido como a igreja se submete a Cristo. Agora o marido tem como referencial o próprio Cristo. Quando o marido ama na semelhante de Cristo, o seu amor é persistente, sacrificial, santificador e romântico! (cf. Ef 5:25-33).
     Em terceiro lugar, pensemos papel dos filhos. O papel dos filhos na família é extremamente importante (Ef 6:1-3). É “a obediência motivada pela honra”! O texto inicia dessa forma: Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor (v. 1a) e segue apresentando três excelentes razões para tal tarefa. Em primeiro lugar a obediência é justa (v.1b). Em segundo lugar a obediência é ordenada (v. 2a). Em terceiro lugar a obediência é abençoadora: Há uma promessa para os filhos obedientes! Terá uma vida longa e cheia de bênçãos. (Ef 6:3 BV).
     Em quarto lugar, pensemos no conselho aos pais. Ao tratar com pais, o apóstolo começa aconselhando-os da seguinte forma: E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira (Ef 6:4a). De fato, há erros cometidos pelos pais irritam muitos os filhos: [3] excesso de proteção, favoritismo, mentiras, injustiça na disciplina, desestímulo, menosprezo, ironias, uso de palavras ásperas, crueldades físicas e assim por diante. Então, Paulo continua o conselho: mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6:4b). Há aqui três missões dos pais. A primeira é nutrir os filhos: a expressão “criai-os” vem do grego ektrepho, que significa literalmente “alimentar”, “nutrir” ou “educar” para se tornar maduro.[4] É no lar cristão o lugar onde as crianças devem aprender sobre o Senhor e a vida cristã. E, isso é uma incumbência dos pais! Eles devem assumir esse papel, ao invés de esperar que a escola ou igreja o faça em seu lugar. A segunda missão é disciplinar os filhos. A eficácia da educação depende da disciplina. Porém, disciplinar os filhos não é descarregar sobre eles a ira e frustração pelo que fizeram de errado, mas corrigi-los com fim de treiná-los.[5] Por fim, Efésios capítulo 6, a terceira é: os pais devem instruir e incentivar os filhos, pois esse é o significado da palavra “admoestação” (v. 4b). Pais cristãos criam filhos para glória de Deus!

PARA REFLETIR

01. Segundo a palavra de Deus, qual é o papel da esposa e do esposo no lar cristão?

02. Segundo a palavra de Deus, qual é o papel dos pais e dos filhos no lar cristão?





[1] Hendriksen (2005:294).
[2] Wiersbe (2006:65).
[3] Hendriksen (2005:311).
[4] Stott (2007:186).
[5] Lopes & Lopes (2007:149).

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Aula de Inglês - Vaneyse - COM LETRA (VideoLETRA® oficial MK Music)

O CAMINHO DA GRANDEZA
(O serviço na vida cristã)

Qualquer que entre vós quiser ser grande será o que vos sirva (Mc 10:43).

A competição é uma das marcas registradas da nossa sociedade. Aprendemos desde cedo a competir. Queremos os melhores lugares, as maiores posições, os melhores salários, o melhor carro, a melhor casa... Para chegar ao poder muitos jogam sujo, trapaceiam, armam esquemas, burlam regras, compram votos, e etc. Todavia, este “desejo de ser grande”, de ser reconhecido, de estar sob os holofotes, não é privilégio do nosso tempo. Tiago e João, discípulos de Jesus, também se sentiram tentados a andar no caminho ilusório do poder. O texto de Marcos capítulo 10:35-45 narra esse momento. Há, neste texto, três lições extremamente importantes.
Em primeiro lugar, vigiemos quanto aos desejos egoístas. Tiago e João fazem um pedido egoísta a Jesus: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir (...) Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e o outro à tua esquerda (Mc 10:35, 37). Enquanto Jesus anda pelo caminho da renúncia, eles estão na estrada da ambição. Querem holofotes. Observe a palavra “glória”. Para Jesus essa palavra tem um significado. Já para Tiago e João, outro totalmente diferente. Por glória eles querem dizer a futura posição de chefe de estado! Sentar um a direita e o outro a esquerda é assumir posições de grandeza quando Jesus tiver uma corte. Seus corações aspiravam a “grandeza”, as pompas das cortes, a mordomia da vida nos palácios.
O pior é que a mãe deles estava por trás do pedido, também (Mt 20:20-21). A mãe de Tiago e João, Salomé, era irmã de Maria (Mt 27:56; Mc 15:40; Jo 19:25). Sendo assim, estes dois discípulos eram parentes de Jesus. Possivelmente primos. Então, veja o que está acontecendo: eles se aproveitam dos laços familiares para buscarem vantagens pessoais. Jesus diz: Não sabeis o que pedis... A “glória” que esperava Jesus, como ele mesmo explica no versículo 38, nada tinha a ver com palácio e riquezas.  Cálice e batismo neste texto são referências claras a sua morte. A “glória” que aguardava Jesus era a cruz. Tiago e João, ao responderem que podiam beber o cálice de Jesus, responderam sem entendimento. E, de certa maneira, experimentaram estes sofrimentos mais à frente em suas vidas. 
No versículo 41, diz a Bíblia que os outros dez quando ouviram isto começaram a indignar-se contra Tiago e João. E não se engane: Eles não se indignaram porque tinham uma visão correta a respeito do que aguardava Jesus. Os outros dez também almejavam aquelas posições de destaque. Estavam indignados porque João e Tiago foram mais rápidos que eles. Pense um pouco em sua vida neste momento. Vamos agora olhar para nós. Quando servimos a Cristo, quais são as nossas motivações. O que realmente desejamos? O primeiro lugar, o lugar de destaque? Ser visualizado? Ser elogiado? Cuidemos quanto a estes desejos egoístas.
Em segundo lugar, desejemos mais servir os outros ao invés de sermos servidos pelos outros. Jesus chama-os a si e mostra para os seus amados discípulos qual verdadeiro caminho da grandeza. Jesus ensina que diante dos homens existem os maiorais, os grandes que exercem autoridade (Mc 10:42), mas que entre eles não seria assim. Ele disse: Qualquer que entre vós quiser ser grande será o que vos sirva (Mc 10:43). A resposta de Jesus é radical. Atente para a palavra “grande” que aparece neste texto. Ela é a tradução da palavra grega “megas” de onde se originou a nossa palavra em português “mega”. Jesus está ensinando que mega não é o que ocupa o cargo mais alto, mas o que tem prazerem servir. O “mega discípulo”, o “mega apóstolo”, o “mega pastor”, o “mega pregador”, o “mega cantor” na visão de Jesus não é quem gosta de ser visto, mas quem tem prazer e alegria em servir! É o seu caso?
É incrível como é grande o número de pessoas na igreja que gostam de se aparecer, que fazem tudo para estar em evidência, que se decepcionam se não são elogiadas. Lembre-se que para Jesus o nosso valor não é medido pelo número de pessoas que nos servem, mas pelo número de pessoas que nós servimos. Somos discípulos de Jesus, e em nossa jornada cristã, devemos estar preocupados em glorificar e servir a Jesus.  
Em terceiro lugar, tenha sempre a disposição de um “diácono”, 24 horas por dia, todos os dias, onde você estiver. O versículo 43 diz o seguinte: Quem quiser ser grande entre vós, será o que vos sirva. A palavra “sirva”, neste texto, é a tradução da palavra grega “diakonos”. Um diácono é um servidor, um servente, um garçom. Jesus diz que quem quiser ser grande deve ser um “diácono”. Na verdade, este princípio é um princípio geral. Não só aqueles que foram consagrados para esta função devem desempenhá-la, mas todos os cristãos. Os que foram consagrados muito mais! Na visão de Jesus, todo cristão deve ser um diácono. Isto é, deve estar sempre a serviço dos outros. O diácono não escolhe tarefas.
E lembre-se: o serviço faz parte do culto a Deus. Fomos criados, salvos e chamados para servi-lo! A Bíblia diz que nós recebemos uma nova vida da parte de Cristo Jesus para que realizássemos as boas obras (Ef 2:10, NBV). Essas boas obras estão relacionadas com o serviço a Deus. Sempre que servimos as pessoas, estamos servindo a Deus[1] (Cl 3:23-24). Outro texto que confirma que recebemos uma nova vida para que sirvamos a Deus é 2 Timóteo 1:9. Ali Paulo diz a Timóteo: Foi ele quem nos salvou e nos chamou para o seu santo trabalho (NBV). Você foi chamado não para ser visto, mas para servir a Deus! Lembre-se disto quando for retirar uma oferta, cantar um louvor, pregar a palavra, ministrar a lição, etc.       
Você é como o soldado que, quando está servindo, quer agradar o seu comandante e por isso não se envolve nos negócios desta vida (2 Tm 2:4, NTLH)? O compromisso do soldado é estar sempre em prontidão para o comandante. Você está sempre pronto para servir a Cristo? O que está no topo, em primeiro lugar na sua agenda? Pare e pense. Se a resposta for “os negócios dessa vida”, seguramente você não pode ser chamado de “o bom soldado de Cristo”, que está sempre pronto a servi-lo. “Ser servo significa desistir do direito de controlar a sua agenda e permitir que Deus a interrompa sempre que precisar”.[2] Enquanto é dia, sirva ao Senhor com prontidão!

PARA REFLETIR

01. Cite uma das marcas da nossa sociedade no que se refere ao serviço?

02. O que Jesus ensina sobre serviço ao próximo?



[1] Warren (2003:197).
[2] Idem, p. 223.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Muitos querem pregar sem que sejam a própria pregação, mas na longa carreira é o que somos, e não o que fazemos que importa a Deus – e o diferença jaz na formação de Cristo em nós. (T. S. Watchman Nee)’ 

Imensurável - Gisele Nascimento (Clipe Oficial MK Music em HD)

MORDOMOS DOS BENS E DA VIDA DEVOCIONAL
(A mordomia na vida cristã)

“Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente...?” (Lc 12:42).

            No último estudo começamos a estudar sobre a “mordomia cristã”. Somos administradores do Senhor nesta terra. Vimos que somos mordomos do nosso tempo e, também, no nosso corpo. No presente estudo, continuaremos falando sobre a mordomia cristã noutras duas áreas: nas finanças e na vida devocional. Precisamos administrar bem o dinheiro que Deus coloca em nossa mão, e também o cultivo de nossa vida cristã, praticando exercícios espirituais. Vejamos com mais detalhes:
            Em primeiro lugar, pensemos em nosso papel como mordomos de nossas finanças. Existe um Provérbio muito interessante, que diz o seguinte: Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares (3:9-10). Sabe qual o grande ensino deste Provérbio? Precisamos glorificar a Deus com as nossas rendas. Esta é o sentido do verbo “honrar”. Como eu faço isso? Utilizando meu dinheiro de modo a agradá-lo. Na prática, isso significa pelo menos três coisas: dizimar, ofertar e repartir.
            Dizimar: O significado de “dízimo” está implícito na própria palavra e equivale a 10% (dez por cento) de um todo. Esse todo representa 100% (cem por cento). Dividindo-se esses 100% (cem por cento) por 10, temos o quociente 10. O resultado dessa divisão representa o dízimo. Portanto, o dízimo de 100 ovelhas são 10 ovelhas; o dízimo de R$: 100,00 (cem reais) são R$: 10,00 (dez reais). Sobre o dízimo temos a seguinte recomendação: Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida (Ml 3:10). O próprio Jesus deu validade a esta prática em certa ocasião (Mt 23:23).
            Ofertar: As ofertas, ao contrário dos dízimos, não são feitas com base num percentual da quantia recebida. Ofertar é um ato natural de agradecimento. As ofertas são sempre voluntárias (1 Co 9:7). Aos que são fiéis em suas contribuições, Deus promete bênçãos. Contudo, não concordamos com aqueles que procuram motivar a prática das contribuições com a promessa de que serão revertidas em prosperidade material, como se a relação do crente com Deus fosse à base de troca: “É dando que se recebe”. Não podemos enfatizar tanto a questão do retorno financeiro a ponto de esquecermos que este não é o benefício de que o crente mais precisa. O crente deve contribuir com fé, como fez a viúva pobre, descrita em Lc 21:1-4, que, ao contrário dos que ofertavam do que lhes sobejava, colocou, na salva, tudo que possuía. Ela tinha a certeza de que Deus não lhe deixaria faltar o necessário para o seu sustento. O mais importante para ela era glorificar a Deus.
            Repartir: Deus espera que sejamos generosos com o nosso próximo que tem dificuldades financeiras. A ajuda ao necessitado sempre esteve entre as práticas cristãs (Mt 6:1-4). Se você tem muito ou pouco, não existe desculpa para não ser generoso. Em 2 8:2, Paulo diz que os irmãos da Macedônia eram extremamente pobres, entretanto, transbordaram em riqueza de generosidade. Eles deram voluntariamente na medida dos seus bens. Mesmo não tendo quase nada, quiseram participar da assistência àqueles que não tinham nada. Mesmo tendo pouco, peça a Deus condições para ajudar o que não tem nada. Agora, se você tem muito, gostaria que lesse um recado da palavra de Deus: Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus que tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos em repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida (1 Tm 6:17-19).
Por fim, como mordomo das nossas finanças sempre tenha em mente que Deus é o dono de tudo. Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24:1). Nossa vida e tudo o que temos pertencem ao Senhor. Nossa respiração, nossa saúde física e mental, nosso emprego, nossos ganhos, nossos bens, etc. É este o modo de entender do cristão. Nele vivemos, e nos movemos, e existimos.
            Em segundo lugar, pensemos em nosso papel como mordomos de nossa vida devocional. Gostaria de destacar duas práticas cristãs devocionais importantes: a oração e o jejum. Como mordomos que somos, devemos sempre reservar tempo para ambas. “Um cristão maduro é aquele que tem uma vida plena de oração. (...) Desperdiçamos tempo e energia quando tentamos viver a vida sem oração”.[1] Uma oração é uma fala. No sentido religioso do termo, é o meio pelo qual o cristão conversa com Deus. Osmar Ludovico diz que “a oração é uma relação de amizade pessoal com Deus”. Orar não significa dedicar alguns minutos de manhã e à noite para balbuciar algumas palavras a Deus. Oração é relacionamento. Um relacionamento que controla a vida toda. Orar significa que a própria vida tornou-se um diálogo com Deus. Envolve muito mais do que proferir palavras. É muito mais do que falar com a boca, é falar com o coração. Jesus nos ensinou a orar (Mt 6:5-13).
            Além da oração, outra prática igualmente importante é o jejum. Jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos. Na Bíblia, está ligado a uma abstenção de alimentos, sempre com fins espirituais. A palavra “jejum” traz a ideia de “abnegação”. Quando jejuamos, renunciamos as exigências naturais do organismo, junto com o prazer de comer, para dependermos totalmente de Deus. Confessamos, com o jejum, que dependemos somente do Senhor. Confiamos nele para nos sustentar, durante todo o dia, como se estivéssemos comendo algum tipo de alimento. Deixamos de nos alimentar do pão material para nos alimentar do pão do céu. O estômago descansa de alimento para o coração se encher da presença e da graça do Senhor. O jejum não deve ser usado como uma forma de se tentar manipular Deus. Muitas pessoas usam o jejum como uma forma de tentar comprar o favor de Deus. Há quem o use para tentar fazer com que Deus mude e faça o que desejam. Deus não é mudado por causa do nosso jejum! As bênçãos não nos são dadas por causa do jejum, mas por causa da cruz de Cristo. O Senhor Jesus nos ensinou a jejuar, e espera que seus seguidores pratiquem o mesmo (Mt 6:16-18).

PARA REFLETIR

01. A maneira que utiliza seus bens glorifica a Deus? 

02. Como ser um bom mordomo da vida devocional?



[1] Lopes (2006:118).

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

‘A santidade é a qualidade de vida que existe naqueles que procuram glorificar a Deus. (J. I. Packer)’ 

�� ALINE BARROS - AS MELHORES MÚSICAS

Recordação: Shirley Carvalhaes no Gospel Line da Record

MORDOMOS DO TEMPO E DO CORPO
(A mordomia na vida cristã)

“Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente...?” (Lc 12:42)

            Uma das figuras que a Bíblia usa para comparar o discípulo de Cristo é a do mordomo. Um mordomo é um administrador. A palavra grega traduzida por “mordomos”, em nossas Bíblias, é oikonomos. Um oikonomos trabalhava como um gerente, um superintendente para quem o chefe da casa ou proprietário tinha confiado a administração dos seus afazeres, o cuidado das receitas e despesas, e o dever de repartir a porção própria para cada servo e até mesmo para as crianças pequenas. A responsabilidade de um mordomo era realmente grande.  
Pois bem, nós somos mordomos de Cristo, conforme já afirmamos. Ele mesmo afirmou esta verdade (Lc 12:35-48). O que isso significa? Baseado nestas definições apresentadas, podemos dizer que o mordomo de Cristo é aquele que cuida, protege, administra os bens e propriedades que são d’Ele (1 Co 4:1-2). O Senhor nos comissionou para administrar e cuidar de todas as coisas criadas e mantidas por Ele! Somos mordomos do nosso tempo, do nosso corpo, do nosso dinheiro, e etc. Todas estas coisas nos foram dadas por Deus, e ele quer que as administremos com responsabilidade. Neste estudo, e no próximo, falaremos sobre algumas áreas de nossa vida que precisamos administrar como mordomos. Começaremos com o tempo e com o corpo.
            A primeira destas áreas esta relacionada ao nosso tempo. Cada momento que se vive, cada instante que se passa é dádiva divina e como administradores do tempo que Deus nos dá, devemos saber como andar! Sabendo dessa verdade, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus (Ef 5:15-16). Existem duas expressões muito interessantes neste texto. A primeira delas é “vede prudentemente” que tem o sentido de “daí grande atenção!”. É preciso dar grande atenção com nosso modo de andar. É preciso estar alerta! Como fazer isso? O texto responde com uma segunda expressão: “remindo o tempo”. A palavra “remir” neste texto significa “pechinchar”. Faz alusão a compradores que esperam o melhor preço do produto para adquiri-lo. Assim deve ser a administração do nosso tempo! Não gaste os precisos momentos de vida que o Senhor lhe deu de qualquer jeito!  
Não desperdice seu tempo! Com os filhos de Deus não pode haver “tempo perdido”. Não deixe o tempo passar de qualquer jeito, sejamos nós os “comerciantes” que pechincham, que buscam vantagens cuidadosamente, que pensam antes de agir, que não são escravos do tempo antes o dominam tornando-o a seu próprio favor.  Mas porque Paulo estava tão preocupado assim com a administração do tempo? Veja a resposta no próprio texto: ...remindo o tempo, porque os dias são maus (Ef 5:15-16). Aqui está o motivo: “os dias são maus”. Já eram na época de Paulo e são muito mais agora. Por isso é preciso “dar grande atenção” com o modo que andamos, “pechinchar” o nosso tempo para não sermos estragados, contaminados, afetados com todo o mal que tão de perto nos rodeia. Vivemos dias maus. A cultura ora ou outra nos sufoca, é tanta coisa que muitas vezes é difícil pechinchar e ser um bom administrador do nosso tempo, mas é preciso! Por mais “interessantes” que sejam as novidades, a moda, a última tendência do mercado, não entre de cara, pondere.
Além do tempo, precisamos ser bom mordomos do nosso corpo. O nosso corpo é magnífico. Diz o salmista que de modo terrível e maravilhoso fomos formados (Sl 139:14). Nosso corpo não é obra do acaso, fomos criados por Deus. E, diante disso, somos desafiados glorificar a Deus em nosso corpo: Glorificai, pois a Deus no vosso corpo. Com essa frase Paulo estava ensinando um conceito totalmente novo para os irmãos de Corinto. Havia uma falsa crença nesta cidade que dizia que o corpo não tem significado permanente na vida do homem e por isso poderia ser usado de qualquer maneira que produzisse prazer sexual. O apóstolo mostra que isso é um grande mal entendido. Podemos e devemos sim glorificar a Deus com o nosso corpo! A seguir, mostraremos alguns cuidados para com o corpo, que nos ajudarão a glorificar a Deus com ele. Em Efésios há um princípio quanto ao cuidado que devemos ter com o nosso corpo. É como que se pudéssemos ouvir Paulo dizendo: Cuide do seu corpo! Diz o texto: Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo (...) ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida (Ef 5:28-29 – NVI). Para Paulo é muito claro que os cristãos cuidam do seu corpo. Vejamos, então, três cuidados básicos que todo mordomo do corpo deve levar em conta:
            (1) Não descuide dos exercícios físicos. Os médicos orientam um mínimo de 30 minutos de exercícios físicos por dia. E aqui não estamos nos referindo apenas à academia, apesar de ela ter a sua importância, não é só numa academia que praticamos exercícios físicos. Caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar, são exercícios bastante eficientes. Os músculos e órgãos do corpo humanos foram feitos para funcionar, quando isso não acontece à tendência é atrofiarem, o que resultará num corpo cansado e fatigado.
            (2) Não descuide da alimentação saudável. Esse é outro princípio de cuidado com o corpo que o mordomo não pode esquecer. E neste caso se formos mordomos infiéis, nós mesmo seremos as próprias vitimas. Tem muita gente que negligencia esse princípio. Uns comendo muito e outros comendo mal. Para o primeiro grupo a Bíblia diz: põe uma faca à tua garganta, se és homem glutão (Pv 23:2). Para o segundo grupo a Bíblia alerta: Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? (1 Co 3:16). Cuide bem da sua alimentação!            
            (3) Não descuide do repouso diário. Umas das características do mundo pós-moderno é a velocidade com que as coisas acontecem, tudo é muito rápido, muito veloz. Uma carta que a 50 anos demorava três meses para chegar do Japão ao Brasil hoje pode ser enviada em segundos através da internet. O mundo voa! Quem anda devagar fica para trás. Todas essas circunstâncias levam o ser humano a querer trabalhar como uma máquina. E na maioria das vezes o repouso diário adequado, que envolve de 6 a 8 horas diária de descanso é negligenciado. Equilibre trabalho e descanso (Ex 20:8-11), sempre.

PARA REFLETIR

01. O que significa ser “mordomo”? Você tem sido bom mordomo do seu tempo?

02. O que você pode fazer para ser um bom mordomo do corpo?


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

“Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.” W. Shakespeare 

Flordelis - A Volta Por Cima (Clipe Oficial MK Music em HD)

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES
(A comunhão na vida cristã)

... é bom e agradável quando os irmãos vivem em união (Sl 133:1, NBV)

            Você já participou de um ajuntamento entre cristãos? Geralmente, há muita comida, bebida, alegria, etc. Estes momentos são mesmos muito bons. Sabe por que gostamos deles? Não fomos criados para viver sozinhos. Nenhum homem é uma ilha. Somos seres sociais, criados para viver em comunidade. Lembra-se de uma das últimas orações por seus discípulos, antes de sua morte, registrada em João 17? Sabe pelo que ele orou? Para que eles vivessem em unidade. Não orou por riquezas e nem sucesso, mas para que vivessem em unidade. Jesus não queria que eles vivessem isolados na solidão que jamais satisfez a humanidade, mas que buscassem relacionamentos comuns que enriquecessem, revigorassem e energizassem seus corações.   
Comunhão é importante. Os cristãos primitivos viviam em comunhão. Costumavam comer juntos, tinham tudo em comum (At 2:42, 46). Antes da ceia, por exemplo, eles tinham a festa do “Agape” ou “festa do amor”. Era um jantar em que os cristãos traziam suas refeições de casa para comerem juntos, e depois celebravam a ceia. A ênfase da festa do amor estava no amor mútuo e no compartilhar refeições. Quem cria a verdadeira comunhão entre os cristãos e faz com que realmente nos importemos com o outro é o Espírito Santo (2 Co 13:13 – “a comunhão do Espírito”).
A palavra grega traduzida por “comunhão” é “koinonia”. A ideia desta comunhão é “compartilhar”, era usada com relação a pessoas que tinham interesses em comum. “Koinonia” era usada em relação ao matrimônio e, também, em relação à coproprietários de um negócio, isto é, quando duas pessoas se ajuntavam para abrir algum negócio em sociedade. Em que sentido temos “koinonia”, ou comunhão uns com os outros? O que temos em comum? Na verdade, temos muitas coisas! Afinal, todos fomos regenerados, justificados, vamos morar no mesmo lugar um dia, temos o mesmo irmão mais velho (Jesus), o mesmo Pai, somos todos irmãos! Já que temos tantos interesses em comum devemos viver em unidade. Ser companheiros uns dos outros, se importar uns com os outros!
Por saber que a comunhão é tão importante, vamos pensar sobre alguns equívocos relacionados à comunhão, bem comum. O primeiro equívoco é confundir comunhão com comer pão.  Comunhão envolve comer junto, mas é muito mais que isso. Comer junto fortalece a comunhão, mas não pode criá-la. Comunhão é mais que partilhar uma refeição. É possível comer com alguém, mas mesmo assim não ter comunhão com esta pessoa. Veja na igreja de Corinto, eles tinham comida, mas não comunhão. O objetivo da reunião deles era companheirismo, mas só tinha “panelinhas”. Havia divisões entre eles (1 Co 11:18). Os cristãos mais abastados levavam sua comida e não esperava os mais pobres chegarem. Eles eram negligenciados. Não havia comunhão verdadeira, mas havia comida. Não valorizemos mais a comida do que o irmão. Comunhão está além da comida. Comunhão está no se importar de verdade, no ter interesse real na pessoa. Coma junto, todavia, faça de sua comunhão mais do que comida, do contrário não será comunhão.
O segundo equívoco é achar que a comunhão pode ser vivida sem levar em conta os interesses do outro. Os cristãos de Corinto não se importavam com os interesses dos irmãos mais humildes. Leia 1 Coríntios 11:17-23 e veja esta verdade. Isso não é comunhão. Eles estavam felizes entre o “grupo” deles, mas desprezavam uma classe. A verdadeira comunhão leva em conta o interesse do outro. Jesus sempre levou em conta o interesse do outro. Em 1 João 3:16, está escrito: Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. É preciso ter interesse verdadeiro no outro para viver a verdadeira comunhão. Esse interesse é produzido pelo Espírito. É mais do que dar um abraço ou “tapinha nas costas”. É mais do dizer “A paz do Senhor”. É se importar de fato. E, com certeza, é bem mais fácil falar sobre isso do que viver.   
            O terceiro equívoco relacionado à comunhão é desassociar comunhão com Deus da comunhão com o irmão. Os cristãos iriam participar da “mesa do Senhor”, da “ceia”, e estavam ignorando os irmãos. Achavam que podiam ter comunhão com Deus, sem tê-la com os irmãos. Não dá. O apóstolo João diz que, se alguém diz “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, a quem viu, não pode amar a Deus, a quem não viu (1 Jo 4:20). Em Mateus 5:23-24 o Senhor Jesus disse que, ao apresentarmos uma oferta, se lembrarmos que temos algo contra o nosso irmão, devemos primeiro entrar em acordo com ele. Daí, depois apresentarmos a oferta a Deus. Em Mateus 18:21-22 Pedro pergunta para Jesus quantas vezes se deve perdoar um irmão. Em sua pergunta Pedro sugere: Sete? As leis judaicas diziam que um pessoa deveria perdoar a outra 3 vezes. Quando Pedro diz 7, ele quer ser elogiado. Daí Jesus responde: 70x7. Jesus não queria que ele calculasse e chegasse ao número 490, mas queria mostrar que o perdão é ilimitado. Comunhão com o próximo tem sim, muita coisa a ver com comunhão com Deus. Você tem dificuldades de perdoar? Tem dificuldades com algum irmão? Acerte sua situação com ele o quanto antes.
O quarto e último equívoco relacionado à comunhão, é pensar que comunhão pode ser vivida fora da comunidade. A comunidade de Corinto estava com problemas, mas em que texto Paulo diz para algum crente deixar a comunidade. Nenhum! Mesmo dizendo que as reuniões estavam fazendo mal, ao invés de bem (1  Co 11:17). Paulo tenta organizar a comunidade, para que a comunhão possa ser sentida de maneira plena. A vida cristã é para ser vivida junta. Não existe igreja perfeita. Se um dia encontrássemos uma igreja perfeita deveríamos ficar longe dela, para que ele não começasse a ser imperfeita. Todos somos imperfeitos! É neste ambiente que vamos crescendo e nos ajudando uns aos outros. A solução nunca é abandonar a comunidade! Veja alguns textos bíblicos que mostram a importância da comunhão na igreja: Rm 12:10; 14:13; 15:7; 16:16; Gl 5:13; Ef 4:2; Cl 3:9; 1 Ts 5:9; Cl 3:13. Que o Espírito Santo produza em nossa meio este tipo de comunhão, que não é superficial, mas verdadeira e profunda.

PARA REFLETIR

01. Como você define comunhão?


02. Quais são os equívocos sobre a comunhão que não podemos cometer?