terça-feira, 29 de novembro de 2016
O INICIO DE TUDO
(Aprendendo sobre a criação do mundo)
O Senhor com sabedoria fundou a terra (Pv 3:19).
Gênesis
conta a história do começo da criação do universo, do homem, do pecado, da
redenção, do trabalho, do casamento, das civilizações, etc. Em seu primeiro
capítulo, encontramos registrado o início
de todas as coisas. De início, temos revelado que Deus criou todas as
coisas (Gn 1:1). Mesmo enfrentando diversos ataques de falsas teorias
inventadas pelos homens, essa doutrina foi aceita como verdadeira desde o
início. Nos últimos duzentos anos, porém, ela tem sido atacada com rigor![1]
A chamada “teoria da evolução”, ensinada na maioria das escolas públicas e
particulares e também nas universidades, constitui-se em um dos ataques mais
vigorosos contra a criação divina. Mas, o que diz essa falsa teoria?
O
evolucionismo foi apresentado ao mundo pelo naturalista inglês Charles Darwin,
no seu livro A origem das espécies, e
pode ser definido como teoria de que todas as coisas se originaram de materiais
preexistentes por modificação gradual, mediante processos naturais.[2]
Entretanto, ao analisarmos o evolucionismo, concluímos que ele não conta com o
apoio dos fatos. A teoria é falsa! Por exemplo, se levarmos em canta as
toneladas de fósseis que têm sido encontradas em todo o mundo: todos eles têm
sido facilmente classificados como peixes, répteis, aves, mamíferos e homens.
Os pesquisadores não encontram restos de uma forma que esteja no meio do
caminho, “evoluindo”. Em toda essa massa incalculável de ossos, “não há prova alguma,
seja ela qual for, de qualquer mudança gradual de uma espécie para outra”.[3]
Em outras palavras, o macaco sempre foi macaco, o homem sempre foi homem, o
peixe sempre foi peixe e assim por diante.
Além
disso, segundo a cosmologia, que estuda a origem do universo, “tudo o que foi
começado tem que ter uma causa adequada”.[4]
Em Hebreus 3:4, lemos: Pois toda casa é
estabelecida por alguém, mas aquele que estabeleceu todas as coisas é Deus. Ele
é o criador e arquiteto do universo! (cf.
Ne 9:6, Is 40:26; 45:12; At 17:24; Ef 3:9; Cl 1:16; Ap 4:11). E como ele
criou todas as coisas? A palavra criou,
que aparece nos versículos 1, 21 e 27 de Gênesis, capítulo 1, é a tradução da
palavra hebraica bara, que ocorre 44 vezes, no Antigo
Testamento, e significa a produção de algo fundamentalmente novo, por meio da
ação de um poder criador soberano, visto que nunca está relacionado a nenhuma
menção do material.[5]
Esse significado concorda com o que afirmou o autor de Hebreus: ... o visível foi feito do que se não vê (11:3).
Do nada Deus cria todas as coisas. Existe um padrão para as atividades de Deus
em Gênesis:
Deus formou:
Depois de criar a terra (Gn 1:1), Deus começou a organizá-la. O versículo 2 de
Gênesis 1 diz: A terra era sem forma e
vazia. Durante a semana da criação: primeiro ele formou e depois encheu.
Nos três primeiros dias, Deus deu forma à terra. No primeiro dia, ele ordenou
que a luz brilhasse e separou a luz das trevas (Gn 1:3-5), no segundo dia, Deus
separou águas e águas, colocou um firmamento entre as águas superiores e chamou
de céus (Gn 1:6-8), no terceiro dia, Deus reuniu as águas e fez surgir a porção
seca, criando, assim, a “terra”, a “vegetação” e os “mares” (Gn 1:9-13).
Deus encheu: A terra sem forma do versículo 2, ao final do
terceiro dia da criação, ganhou forma. Depois de criar as estruturas
fundamentais do nosso mundo, Deus começou a preencher esse mundo. No quarto dia
da criação, ele colocou luminares nos céu (Gn 1:14-19). No quinto dia, Deus
criou os peixes para povoarem os mares e as aves para voarem no céu (Gn
1:20-23). No sexto e último dia, a criação chegou ao seu ápice: após criar toda
a fauna, Deus disse: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme nossa semelhança (...) Assim Deus criou o homem (Gn
1:26-27).
Depois de seis dias de muita criatividade, por parte de um
criador extremamente sábio, a terra sofreu mudanças fenomenais. No final dos
seis dias, viu Deus tudo o que tinha
feito, e que era muito bom (Gn 1:31). Tudo “no universo, desde a maior das
estrelas até a menor das folinhas, produziu alegria no seu coração. Era uma
linda sinfonia”.[6]
Assim, Deus, no sétimo dia, já havia
concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou (Gn 2:2 – NVI). De
fato, o Senhor com sabedoria fundou a
terra (Pv 3:19).
Por
fim, depois de entendermos que tudo foi criado por Deus, nada mais justo do que
entreguemos nossa adoração a ele! É
impossível estudarmos o relato da criação e não ficarmos admirados com o poder
e a inteligência do nosso criador! Considere, por exemplo, a vastidão da
criação:[7]
Mais de 500 mil espécies de insetos, 30 mil espécies de aranhas, 6 mil espécies
de répteis, 5 mil espécies de mamíferos, 3 mil espécies de rãs. Todas, segundo
a Bíblia, criadas por Deus (Gn 1:12, 21, 24, 25). Entreguemos a nossa adoração
a ele! Bendito seja o teu nome glorioso,
e seja exaltado (...). Fizeste o céu, o céu dos céus, e todo seu exército, a
terra e tudo o que nela há, os mares e tudo o que neles há (Ne 9:5-6).
PARA REFLETIR
01. Como a ciência explica a origem de todas as coisas?
02. Como a Bíblia explica a origem de todas as coisas?
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
QUÃO GRANDE ÉS TU!
(Aprendendo sobre o nosso Deus)
O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor (Dt 6:4)
Quem é Deus segundo as Escrituras sagradas?
Esta é uma pergunta que, por mais que tentemos apresentar algumas respostas,
estas, nunca serão plenamente satisfatórias. Afinal, somos seres humanos
finitos e pecadores tentando entender um Deus infinito e santo. Mesmo assim,
podemos afirmas algumas coisas, com base na revelação, sobre Deus, sua pessoa e
características. A Bíblia diz que as coisas encobertas pertencem ao Senhor, e
as reveladas pertencem a nós (Dt 29:29). Tudo o que sabemos sobre Deus advém da
sua auto revelação. Se ele nunca tivesse se revelado, não saberíamos nada sobre
ele. Por isso, reconhecemos que não sabemos tudo, mas apenas o que ele próprio
quis que soubéssemos.
Pois bem, diante de todas as maneiras que
Deus se revelou a nós através da sua Palavra, podemos dizer que DEUS é Espírito
Pessoal, Eterno, Infinito e Imutável; é Onipotente, Onisciente e Onipresente; é
Perfeito em Santidade, Justiça, Verdade e Amor. Ele é o Criador e Sustentador
de todas as coisas, Redentor, Juiz e Senhor da história e do universo, que
Governa pelo seu Poder dispondo de todas as coisas, de acordo com o seu Eterno
Propósito e Graça, que se revelou a humanidade.
É Deus Triuno; o Eterno DEUS é Pai, Filho e Espírito Santo, Pessoas
distintas, porém sem divisão em sua essência.
Gostaríamos de destacar a ideia de
“triunidade”. Ele é um Deus trino. E o que isso significa? A palavra
“triunidade” não aparece nas Escrituras, mas foi criada para expressar uma
verdade encontrada em toda a Escritura. A que Deus é um ser triúno, isto é, ele
subsiste eternamente em três pessoas distintas e co-iguais. Todas elas são
igualmente e plenamente divinas, no entanto, existe um único Deus (Dt 6:4; Tg
2:19). Deus é um em sua essência. Esta essência é única e indivisível. Essa
essência não está fragmentada, de modo que cada pessoa da trindade seja uma
parte de Deus. Todos sem exceção, o Pai o Filho e o Espírito Santo, possuem a totalidade
da essência divina. Esta é uma daquelas doutrinas difíceis de entender
logicamente, mas que não podem ser negadas devido a farta evidencia bíblica.
Para tentar clarificá-la, pensemos nas três
pessoas divinas de forma separadas. Começaremos a nossa abordagem falando sobre
o Pai. Deus é chamado de Pai em alguns textos do Antigo Testamento (cf. Dt 32:6; 2 Sm 7:14; Sl 68:8; 89:26;
Is 63:16; 64:8; Jr 3:4, 19; Ml 1:6; 2:10). A designação “Pai” não era muito
comum para se referir a Deus no Antigo Testamento, principalmente para não
confundir o Deus de Israel com os deuses tidos como progenitores pelos pagãos.[1]
Em o Novo Testamento, entretanto, as referências bíblicas à pessoa do Pai são
numerosíssimas: mais de 200 (cf. Mt
5:16; 6:9; 26:53; At 1:4; Rm 1:7; Gl 1:3; Ef 6:23, etc.). Quando somamos os
textos do Antigo Testamento à revelação do Novo Testamento, descobrimos que o
Pai é uma das pessoas da triunidade. Todos estes textos bíblicos revelam-nos
informações preciosas e importantes sobre a pessoa do Pai do nosso Senhor Jesus Cristo (1 Pd 1:3).
A Bíblia afirma, e por isso cremos, que o
Pai é divino, isto é, ele é Deus: Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação (Jo 6:27 – grifo nosso cf. também 2 Co 1:2; Ef 4:6; 1 Pd
1:2-3). Se o Pai é Deus, consequentemente é, também, eterno (Sl 90:2). Deus, o
Pai, existe antes de todas as coisas. Não foi gerado e nem criado; sempre
existiu e sempre existirá. O passado, o presente e o futuro são igualmente
conhecidos por ele, que observa todos os acontecimentos como um todo
inter-relacionado. O Pai não é um mero
poder ou mesmo uma influência impessoal sobre a vida das pessoas. Pelo
contrário, é um ser pessoal que possui a capacidade de raciocinar, de sentir,
de almejar: Preocupa-se com os desfavorecidos (Sl 68:5); perdoa pecados (Mt
6:15; Mc 11:25); tem vontade própria (Mt 7:21; 18:19; Lc 12:32; 22:42; Jo 6:40;
Gl 1:4); responde orações (Lc 11:13; 12:30-32); é sobre todos, por todos e está em todos (Ef 4:6). As Sagradas
Escrituras também afirmam que o Pai é o responsável pelo planejamento da obra
da redenção (Ef 1:3-6).
Sobre Jesus, a segunda pessoa da
triunidade, nós cremos que ele é plenamente Deus. Na Bíblia Sagrada há diversos
textos que asseguram de maneira explícita a divindade de Cristo, como por
exemplo, João 1:1: No princípio era
aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Mais adiante, João
narra a declaração de Tomé a Jesus: Senhor
meu e Deus meu (Jo 20:28). O apóstolo Paulo também declara que Jesus é o
grande Deus: ...aguardando a bendita
esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo
(Tt 2:13 cf. Rm 9:5). Pedro, de
igual forma, reconheceu a divindade de Cristo: ...nosso Deus e Salvador Jesus Cristo (2 Pd 1:1). Além da natureza divina, Jesus veio ao mundo
como ser humano, com todas as limitações que o homem possui: fome, sede frio,
cansaço, por exemplo. Sobre isso a Bíblia assegura: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1:14).
Em outro texto lemos: Eu mesmo o vi com
meus próprios olhos e o ouvi falar. Eu toquei nele com as minhas próprias mãos (I
Jo 1:1 – BV). Deus se fez gente para
identificar-se com o ser humano.
Além do Pai e do Filho, atentaremos para o
Espírito Santo, a terceira pessoa que integra a Triunidade divina. Nós cremos
que, assim como o Pai e o Filho, ele, do mesmo modo, é Deus. Não podemos
confundi-lo com uma energia, um poder ou uma força. Nos dias atuais, existe
muita confusão em torno do Espírito Santo. Muitos o estão tratando como se ele
fosse apenas um poder, que fica, constantemente, à disposição dos crentes; o
que não é verdade. A Bíblia mostra que o Espírito Santo é tanto uma pessoa,
quanto é Deus. O Espírito Santo é um ser pessoal - assim como o Pai e o Filho o
são -, e não simplesmente uma força impessoal e ativa de Deus. Por ser uma
pessoa o Espírito Santo tem intelecto (1 Co 2:10-11), tem vontade (1 Co 12:11)
e tem sentimentos (Ef 4:30). Da mesma forma, a Bíblia atribui a Ele atos pessoais
como ensinar (Lc 12:12); guiar (At 8:29); falar e escolher (At 13:2);
interceder (Rm 8:26) e convencer (Jo 16:8), por exemplo. Com relação à sua
deidade, um dos textos mais claros a esse respeito se encontra, no livro de
Atos. No capítulo 5, versículo 3, na pergunta de Pedro a Ananias, ele afirma:
...mentisses ao Espírito Santo. E, no
versículo 4, o apóstolo completa: ...não
mentiste aos homens, mas a Deus. Portanto, fica claramente evidenciada,
nestes versículos, a deidade do Espírito Santo.
PARA REFLETIR
01. Quem é Deus segundo as Escrituras? O que ele representa para
você?
02. O que significa dizer que Deus é trino? Como provar esta
doutrina?
terça-feira, 8 de novembro de 2016
CAPACITADOS
PARA O MINISTÉRIO CRISTÃO!
(Os dons do Espírito na vida cristã)
...
a manifestação do Espírito é dada a
cada um para benefício comum (1 Co 12:7).
A
palavra “dons”, no português, é a tradução da palavra grega charisma, ou charismata, no plural,
cuja raiz é o substantivo charis, que
significa “graça”. Uma vez que “graça” é algo recebido de forma imerecida, a
definição de charisma caminha nesse
sentido. Este é um presente, uma dádiva recebida de forma gratuita e espontânea.
Sobre os charismas do Espírito Santo
ou “dons espirituais”, podemos dizer que estes são capacitações, distribuídas
gratuitamente pelo próprio Espírito Santo aos crentes em Jesus, com um objetivo
específico. A Bíblia diz: ... a
manifestação do Espírito é dada a cada um para benefício comum (1 Co 12:7);
um só Espírito realiza todas essas
coisas, distribuindo-as individualmente conforme deseja (1 Co 12:11).
É
importante que façamos uma distinção, desde o início do nosso estudo. Não
podemos confundir dons espirituais
com talentos naturais. Talentos
naturais também são dádivas dadas por Deus (Tg 1:17), todavia, não é preciso
ser um cristão para recebê-las. Uma pessoa pode, por exemplo, ter grandes dons
naturais de sabedoria e ciência, sem nunca ter recebido o Espírito de Deus.
Então, de novo frisamos, dons “espirituais não são talentos. Os dons
espirituais são dados por Deus para fins espirituais, e apenas para cristãos”.[1]
Vejamos, então, algumas questões relacionadas aos dons, importantes para todo
discípulo de Cristo em sua jornada cristã.
A primeira questão: Quais são os dons?
Existem seis listas encontradas nas cartas do Novo Testamento. Observemos cada
uma delas na tabela abaixo:
Romanos 12:6-8
|
1 Coríntios 12:8-10
|
1 Coríntios 12:28
|
1 Coríntios 7:7-8
|
Efésios 4:11
|
1 Pedro 4:10-11
|
Profecia
Serviço
Ensino
Encorajamento Contribuição
Liderança
Misericórdia
|
Palavra da sabedoria
Palavra do conhecimento
Fé
Dons de curar
Milagres
Profecia
Discernimento de espíritos
Línguas
Interpretação de línguas
|
Apóstolo
Profeta
Mestre
Milagres
Dons de curar
Socorros
Administração Línguas.
|
Celibato
|
Apóstolo
Profeta
Evangelista
Pastor
Mestre
|
Falar
Servir
|
Dentre esses
dons, alguns são de caráter ministerial e outros, de caráter sobrenatural.
Todavia, não temos base bíblica para afirmar que este ou aquele é mais “espiritual”.
Todos os dons são importantes, e Deus usa a cada um no corpo com o dom que deu
a esta pessoa. Todos são valorizados. No corpo humano, não existe um membro que
não seja importante. Até o dedinho mínimo do pé tem sua relevância para
garantir o equilíbrio do corpo de pé. No corpo de Cristo, os dons que trazem
mais e os que trazem menos edificação, são importantes para o bom funcionamento
do corpo de Cristo e não podem ser desprezados.
A segunda questão: Quem distribui os dons?
Apesar de a Bíblia dizer, em Efésios, que existem alguns dons que são
concedidos por Jesus (Ef 4:11), este o faz através do Espírito Santo, pois a
Escritura ensina que, em última instância, é o Espírito Santo quem atua
diretamente, concedendo os dons aos cristãos (1 Co 12:7-11, 18). Ele sabe do
que a igreja precisa e distribui os dons como lhe apraz, a cada um,
individualmente (1 Co 12:11). O Espírito Santo é soberano na distribuição
dos dons.
A terceira questão: Qual a finalidade dos dons do Espírito
Santo? Não podemos ser ignorantes quanto a esse
assunto. A Bíblia diz que a manifestação
do Espírito é dada a cada um para benefício comum (1 Co 12:7). Os
dons não são para o bem pessoal, mas, sim, para o bem comum. A palavra de Deus
não descarta que o dom, em si, pode trazer benefícios à pessoa, mas Deus
confere seus dons sobre seu povo para que todos sejam edificados e abençoados
espiritualmente (1 Co 14:26).
A quarta questão: Devemos procurar os dons?
Já aprendemos que os dons nos são distribuídos, gratuita e soberanamente, pelo
Espírito Santo. Não podemos nos tornar merecedores dessa bênção. Mas a Bíblia
mostra um sentimento que todos nós devemos ter, na procura dos dons
espirituais. Está em 1 Coríntios, capítulo 12, versículo 31. Ali, lemos: Procurai com zelo os melhores dons (RA).
Outra versão diz: Aspirai os dons mais
altos (BJ). Uma leitura rápida, neste texto de Coríntios, pode fazer com
que pensemos que as Escrituras se contradizem neste ponto.
No versículo 11,
lemos que os dons são dados soberanamente pelo Espírito Santo, mas, no
versículo 31, é-nos dito que devemos procurá-los? Como entendermos estes
textos? Na verdade, não existe contradição alguma. Aqui, estão refletidas apenas
as verdades da “soberania de Deus” e do “livre-arbítrio do homem”. Apesar de
Deus ser soberano, o homem tem liberdade para desejar. Esse é o sentido da
palavra “procurar”: desejar sinceramente, avidamente, zelosamente. Então, veja
que interessante: o fato de o Espírito Santo distribuir os dons, de forma
soberana, não nos impede de desejarmos certos dons. Vale ressaltar que o desejo
por este ou aquele dom não é garantia de que os receberemos. Podemos desejar,
mas quem escolhe o dom que devemos receber é o Espírito Santo.
Por fim,
ressaltamos que Somos avessos a todo tipo de espiritualidade “estranha”, a todo
tipo de busca e a todo uso indevido dos dons, que, ao invés de edificação,
promove tristeza, contenda e desunião entre os membros do corpo de Cristo.
Somos a favor do uso, mas somos contra o abuso dos dons do Espírito. Somos
contra quem usa os dons para se promover, para reivindicar status. Todas as pessoas são importantes no corpo de Cristo,
independentemente de possuírem dom “x” ou “y”. No ambiente do amor, que os dons
sejam usados sempre para a edificação!
PARA
REFLETIR
01.
O que é dom espiritual e quais são os dons destacados no texto?
02.
Quem distribui os dons espirituais? Com qual finalidade?
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
CAPACITAÇÃO
PARA TESTEMUNHAR
(O batismo no Espírito na vida cristã)
...ficai
na cidade até que do alto sejais revestidos de poder (Lc
24:49).
A Bíblia
Sagrada é clara quando diz que o Espírito Santo habita dentro de cada crente em Jesus. Esta verdade
foi profetizada no Antigo Testamento (Ez 36:27) e confirmada no Novo (1 Co
6:19). Todavia, além da habitação do Espírito, a Bíblia também fala do batismo
no Espírito Santo, que é uma obra
adicional do já presente Espírito Santo. Esta obra não é a regeneração,
pois os discípulos já eram nascidos de novo quando o receberam pela primeira
vez. Também não é a santificação, que esta ligada a separação do crente para
Deus, é um processo diário. Ela não é, do mesmo modo, uma recompensa por
serviços prestados a Deus. Quem a recebeu não é superior a quem não a recebeu.
É antibíblico pensar assim.
O verbo “batizar” significa, literalmente, “mergulhar”, “submergir”.
A pessoa que é batizada no Espírito Santo passa por uma experiência espiritual
intensa; sua vida é submersa no poder do Espírito! Jesus compara este evento
com um “revestimento”: ...ficai na cidade
até que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24:49). Os crentes que são batizados no Espírito Santo são vestidos de
poder sobrenatural. Na profecia de Joel 2:28, o sentido da palavra “derramarei”
faz referência a algo vindo do céu em grande quantidade. O batismo no Espírito
Santo vem do céu! Desce “do alto” (Lc 24:49), é um presente divino, um dom
celestial.
Este
grande derramar do Espírito foi anunciado pelos profetas no Antigo Testamento (cf. Is 32:15; 44:3; Ez 39:29; Jl
2:28-29). João Batista, quando iniciou o seu ministério, fez uma referência
direta ao batismo no Espírito Santo profetizando este evento que ocorreria num
futuro próximo: Eu, na verdade, vos
batizo com água (...) ele vos batizará no Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8;
Lc 3:16; Jo 1:33). Jesus também, antes de ser elevado aos céus, confirmou: vós sereis batizados no Espírito Santo, não
muito depois destes dias (At 1:5). E assim como ele disse, poucos dias
depois, por ocasião da festa do dia de Pentecostes, registrada em Atos capítulo
2: ... todos ficaram cheios do Espírito
Santo e passaram a falar em outras línguas (v. 4).
O
apóstolo Pedro, ao se referir a esta ocorrência, confirmou ser ela a realização
das profecias sobre o derramamento do Espírito (At 2:16). Disse, de igual
forma, que a promessa do batismo no Espírito Santo originou-se em Deus e é
executada por Jesus (cf. At 2:33). É
o Cristo exaltado quem envia esta bênção a terra: exaltado pela destra de Deus (...), derramou isto que agora vede e
ouvis (At 2:33b). É Jesus quem batiza pessoas no Espírito Santo. Esta
promessa não esta restrita a um grupo seleto; esta disponível a todos: derramarei meu Espírito sobre toda carne (Jl
2:28), a promessa diz respeito a vós, a
vossos filhos e a todos os que estão longe: a todos quantos Deus, nosso Senhor,
chamar (At 2:39). Todos podem buscar e pedir a Deus esta dádiva celeste!
E de
que maneira podemos saber se uma pessoa foi batizada no Espírito Santo? A
Bíblia apresenta uma evidência que comprova esse fato. O livro de Atos registra
alguns casos de pessoas que receberam esta promessa e, em todos eles, um sinal
exterior e imediato se seguiu: o falar em outras línguas. Esta é a prova de que
uma pessoa foi batizada. Foi assim em Atos 2:1-4, quando os 120 estavam
reunidos em oração. Foi assim na casa de Cornélio (At 10:44-46), quando o
Espírito foi derramado pela primeira vez sobre os gentios, e quando eles foram
batizados no Espírito Santo (At 11:15-16). Foi assim em Atos 19, cerca de vinte
anos depois do que aconteceu em Atos 2, quando um pequeno grupo de discípulos,
que havia sido batizado segundo o batismo de João, receberam o Espírito Santo
(vv. 1-7). Em todos estes casos, a
evidência apresentada é o falar em outras línguas.
É
importante lembrarmos que, de acordo com a nossa crença, as línguas que servem
de evidência para o batismo no Espírito não são humanas, das nações, mas
celestiais (I Co 14:2). Não são aprendidas em escolas; são concedidas pelo
Espírito Santo, conforme sua vontade (At 2:4). A experiência de ser batizado no
Espírito é uma das mais importantes e maravilhosas que um cristão pode vivenciar,
todavia, não acreditamos que alguém possa ser batizado sem propósito. O
objetivo do batismo no Espírito Santo é a capacitação do discípulo de Cristo
para a proclamação do evangelho (At 1:8).
Como
esta é uma promessa a todas as pessoas, todos podem desejá-la e procurá-la.
Todavia, não sem critérios. Procure esta
dádiva com sabedoria! Com sabedoria por pelo menos duas razões: (1) Sabedoria para entender que o batismo no
Espírito é um dom: Batismo no Espírito Santo não significa recompensa ou
prêmio dado àqueles que têm uma longa folha de serviços prestados à igreja.
Este não é o conceito bíblico. O batismo no Espírito é um dom, uma dádiva de
Deus para todos os crentes. Em Samaria, tentaram comprar esse dom: Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo
para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro (At
8:20). Na casa de Cornélio, todos ficaram maravilhados, porque o dom do
Espírito Santo havia se derramado também sobre os gentios: Pois os ouviram falar em línguas, e engrandecer a Deus (At
10:45-46). Todos esses textos bíblicos confirmam que o batismo no Espírito é um
dom. Um dom, por definição, não é concedido por méritos. Nós não nos tornamos
merecedores de recebê-lo, pois qualquer dádiva que recebemos de Deus é baseada
em sua graça, não em nossas obras.
(2) Sabedoria para entender que o batismo no
Espírito está nas mãos de Deus: Uma vez que o batismo no Espírito Santo é
um dom, o momento de sua concessão está nas mãos daquele que o concede. A
Bíblia garante que Deus responde a nossa oração, quando seu propósito está de
acordo com a sua vontade: E esta é a
confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade,
ele nos ouve (1 Jo 5:14). Mas por razões que ele não explica, algumas
vezes, o tempo dele é diferente do nosso. Em razão disso, se o batismo no
Espírito Santo não ocorrer no tempo esperado por você, não fique sob
autocondenção. Deus é Soberano! Ele sabe o que faz! Procure o batismo no
Espírito Santo com sabedoria.
PARA
REFLETIR
01.
O que é o batismo no Espírito Santo e qual a sua evidência imediata?
02.
Porque devemos buscar o batismo no Espírito com sabedoria?
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
SOB
NOVA DIREÇÃO
(O fruto do Espírito na vida cristã)
Vivam
pelo Espírito (Gl 5:16, NVI).
Toda
pessoa, ao receber Cristo como seu Senhor, começa a desfrutar da habitação do
Espírito Santo (2 Tm 1:14). Já dissemos noutra estudo deste “guia” que o
Espírito é essencial em nossa vida cristã. E é mesmo! Por isso, na carta aos
Gálatas, depois de tratar das obras da carne, próprias dos seres humanos que
não tem Deus, o apóstolo dá a seguinte instrução: Vivam pelo Espírito (Gl 5:16, NVI). Somente quando vivemos pelo
Espírito que conseguimos não satisfazer os desejos da carne, que neste texto
(v. 16b), não se refere ao nosso corpo físico, mas a nossa natureza pecaminosa.
É isso mesmo! A “carne”,
que deseja coisas diferentes das que o Espírito deseja é a nossa natureza
corrompida por causa do pecado. É a carne de Gálatas 5:17. Essa corrupção afeta
o ser humano como um todo. Ao nascermos, longe de Deus, estávamos programados
para agradar a nós mesmos, não a Deus. Quando recebemos Cristo como Senhor, a
carne – nossa natureza pecaminosa – recebe um golpe e tanto. Todavia, mesmo
tendo recebido Cristo como Senhor, ainda existem focos de rebelião em nós, que
só serão exterminados na vinda de Cristo por ocasião da glorificação. Até lá,
precisamos lutar contra eles, contra a carne, contra a nossa natureza pecaminosa.
Neste mesmo
texto, a Bíblia diz quem nos ajuda nesta luta: a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si (Gl
5:17). O Espírito é nosso aliado (do cristão) nesta batalha. É bom que se diga
que, mesmo quem tem o Espírito vai desejar coisas erradas mas justamente porque
tem o Espírito não vai satisfazer esses desejos. O próprio Paulo diz que, em
sua carne, não habita “bem nenhum”; por isso, o “querer o bem” está nele, mas
não o efetuar (Rm 7:18). A luta entre o querer e o fazer só pode ser vencida se
contarmos com a ajuda do Espírito Santo. Esse é o grande segredo da vitória
sobre o poder da carne.[1]
Segundo Gálatas,
o Espírito Santo produz na vida de todo discípulo de Jesus um “fruto”: Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5:22-23). É
interessante que a palavra está no singular, e não no plural. Se estivesse no
plural, teríamos a ideia de produtos diversos e distintos, enquanto a Bíblia
está querendo mostrar que, na verdade, vários aspectos de uma mesma colheita.
“Nenhuma das qualidades que Paulo menciona deve ser tratada como uma finalidade
em si mesma”.[2]
Todas elas fazem parte do caráter de Cristo. O Espírito vai imprimindo cada uma
delas em nós, quando nos rendemos a Cristo. Segundo Marcondes Filho,[3] o “fruto do Espírito é o
resultado da operação maravilhosa d Deus no coração daquele que recebe a Cristo
como seu único e suficiente Salvador, propiciando, não só a purificação dos
pecados, mas as condições necessárias para que possa estar vivendo” como
discípulo dele, e sendo vitorioso na luta contra a carne.
Todas estas
características do fruto do Espírito não aparecem de repente em nossa vida,
como num passe de mágica, quando recebemos a Cristo. Todavia, com a nova vida
que ganhamos, iniciamos uma jornada. Nesta jornada, dia-a-dia, o Espírito vai
nos fazendo mais parecidos com Cristo. Estas qualidades, obviamente, vão aparecer.
A possibilidade da frutificação nos foi dada no momento da conversão, toda via,
sua efetividade se manifesta num contínuo desejo de nos parecermos crescermos
espiritualmente. Pois bem, analisemos cada uma das características do fruto do
Espírito, para termos uma visão completa do mesmo:
Amor: O amor, como parte integrante do fruto do
Espírito, é o reflexo do amor de Deus, porque Deus é amor (2 Co 13:11); é a
evidência de que a pessoa procede de Deus (1 Jo 4:7-8). É por esse amor que
somos conhecidos como discípulos de Cristo (Jo 13:34-35). Ele é comprovado ao
amarmos e ajudarmos nosso próximo (1 Jo 2:10, 3:14,18, 4:12,20,). Alegria: A alegria não é uma emoção
passageira, que dependa das situações externas. Ela continua existindo, apesar
das provações. Muitas vezes, alegria e aflições andam lado a lado (At 13:51; 2
Co 6:10; Cl 1:24; 1 Ts 1:6; 1 Pd 4:8). Paz:
A paz não significa apenas ausência de conflitos; ela descreve a perfeição dos
nossos relacionamentos com o próximo e com Deus (Rm 5:1, 12:8). Quem tem a paz
do Espírito, procura conviver harmoniosamente com todos (2 Tm 2:29; Tg 3:18).
Longanimidade: No grego,
longanimidade é makrothumia, sendo
que makros significa
"longo" e thumos, “ânimo”.
Esta palavra tem o seu sentido estreitamente relacionado ao de perseverança. O
crente que possui longanimidade consegue resistir ou tolerar pessoas e
situações desagradáveis, sem perder o ânimo. Benignidade: O crente que possui a benignidade é gracioso e gentil
para com os outros. A benignidade de Deus deve ser imitada por nós: ... sede uns para com os outros benignos
(Ef 4:32). Bondade: A palavra bondade
é usada apenas em Rm 15:14; Ef 5:9; 2 Ts 1:11. Ela tem a ideia de generosidade.
O crente que vive pelo Espírito Santo está sempre disposto a agir de maneira
generosa e solidária para com aqueles que estão em necessidade. Fidelidade: A fidelidade tem a ver com
ser fiel no pouco e no muito (Mt 25.21); significa, também, ser leal às
verdades do evangelho do Senhor Jesus Cristo. A fidelidade é uma virtude do
próprio Deus (Dt 32:4; 1 Co 1:9; 2 Ts 3:3), e é ela que mantém a palavra do
crente. Mansidão: O cristão que
possui mansidão não age de forma violenta, ruidosa, agressiva, impetuosa (Ef
4:2; Cl 3:12). Em seu sermão do monte, Jesus – que é manso (Mt 11:29) –
prometeu bênção a quem tem essa virtude (Mt 5:5). Por fim, domínio próprio: Em algumas versões bíblicas, o domínio próprio,
aparece traduzido por temperança, e significa completo autocontrole sobre os
desejos e apetites carnais que procuram desviar-nos da vontade de Deus. Ela é
essencial para que nos libertemos da tirania da carne, que é contra o que o
Espírito quer: O cristão que em tudo (mente, corpo e emoções) se domina (1 Co
9:25) receberá a coroa da vida, a qual o
Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1:12).
PARA
REFLETIR
01.
O que é o fruto do Espírito e quando ele começa a ser gerado em nós?
02.
Quais são as características do fruto do Espírito?
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