TUDO
PARA A GLÓRIA DE DEUS!
(A conduta na vida cristã)
Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens (Mt 5:16).
Jesus
disse que pelo fruto se conhece a árvore (Mt
12:33), e basta fazer uma leitura cuidadosa de todo o texto e descobriremos que
ele não está dando uma aula de agricultura, a ideia é que devemos provar o
caráter de uma pessoa pela sua conduta.[1]
Muito mais do que “dizer” é preciso “evidenciar” que se é discípulo de Cristo no
dia-a-dia da nossa jornada cristã! No sermão do monte, Jesus ensinou que o
cristão é a luz do mundo, mas não
parou por aí. Ele disse também que essa luz deve brilhar diante dos homens,
para que estes, “vejam” as suas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos
céus (cf. Mt 5:14-16).
Como cristãos, devemos ter uma conduta que glorifique a Deus. Em
Efésios 2:10 Paulo fala sobre isso. Observe
a primeira parte do texto: Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras... (Ef 2:10a). Se
fizermos uma leitura atenciosa dos versículos anteriores veremos que eles
enfocam duas realidades distintas. Em primeiro lugar, eles mostram a realidade
da humanidade sem Cristo (1-3), e em segundo, a realidade da humanidade com
Cristo (4-10). Nestes versículos enxergamos o “antes” e o “depois” do encontro
transformador com Jesus.
“Antes” desse maravilhoso encontro com Cristo, estávamos mortos
nos nossos delitos e pecados (Ef
2:1), “depois” desse encontro, fomos vivificados pela graça, e Deus nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2:5-6). E mais! Observe
a palavra “feitura” que aparece no versículo 10. Ela foi traduzida da palavra
grega “poiema”, de onde vem nossa
palavra em português “poema”. De filhos da ira (Ef 2:3), fomos transformados num
poema, numa obra de arte, numa composição de Deus, o criador!
Mas o que realizou tamanha mudança? Qual o segredo desse
gritante contraste entre a velha e a nova vida? A resposta não poderia ser
outra: Deus, que é riquíssimo em
misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, (...) nos vivificou
juntamente com Cristo (Ef 2:4-5). Deus fez com que tamanha transformação
acontecesse! Mas não fez isso sem objetivo. Ele não faz nada sem propósito. A
Bíblia nos informa, no versículo 10, um desses objetivos: ...criados em Cristo Jesus para as boas obras (grifo nosso).
A preposição “para” que
aparece neste texto tem um significado profundo. Muito mais do que dizer
meramente que as boas obras eram o propósito da nova vida, significa que as
boas obras “fazem parte” da nova vida como condição inalienável.[2]
A qualidade essencial da nova vida são as boas obras. Em Tito 2:14 Paulo diz
que Cristo se deu por nós, a fim de
remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente
seu, zeloso de boas obras.
Neste
texto de Efésios, Paulo mostra que apesar da nossa salvação ser exclusivamente
pela graça e não pelas obras (Ef 2:8-9), estas, têm um lugar essencial na vida
do crente em Jesus, como fruto da regeneração.[3]
Ou seja, apesar de não sermos salvos
“pelas” obras (Ef 2:9), fomos salvos “para” andarmos nelas (Ef 2:10). Elas são
os sinais visíveis da nova vida em Cristo e evidenciam a santificação pessoal.
Em II Timóteo 3:17 Paulo ensina que o homem de Deus deve ser perfeito e perfeitamente habilitado para
toda boa obra. O próprio Jesus disse que não pode a árvore boa produzir maus frutos, nem a árvore má produzir
bons frutos (Mt 7:18). Está é a lógica divina! O que há dentro de uma
pessoa é o que vai sair dela! Todo aquele que se diz cristão deve apresentar
alguma evidencia disso em sua conduta diária. Um crente em Jesus que vive uma
vida diária que não glorifica Deus, que não evidencia a santificação pessoal no
ambiente familiar, secular e religioso não entendeu a proposta do evangelho. O
chamado a santidade é de vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos
e sessenta e cinco dias por ano, ele é radical e nos afeta por inteiro, cada
esfera da nossa vida.
Precisamos ter uma
conduta exemplar no ambiente familiar! Em
Efésios, encontramos o modelo de lar cristão ideal (cf. Ef 5:22-6:4). A santidade no lar é a base para a santidade em
todas as outras esferas da vida. A nossa luz também precisa brilhar na
confidencialidade das nossas casas. Existem cristãos, que na igreja são um
“amor”, mas em casa são um “horror”. Evidenciar a santidade pessoal na igreja e
não fazer isso no ambiente familiar é viver uma vida cristã de aparências. O
lar cristão precisa ser santo! Pense um pouco na sua vida: Deus tem sido
glorificado pelos membros da sua família, pelos seus vizinhos, através das suas
boas obras no ambiente familiar?
Precisamos ter uma
conduta exemplar no ambiente religioso! Veja o que diz Hebreus 10:24: Consideremo-nos uns aos outros para nos
estimularmos ao amor e às boas obras
(Hb 10:24 – Grifo nosso). A palavra “boas”, do grego “Kalos”, significa “bonitas de se olhar”. Juntos
os cristãos precisam crescer e avançar na santidade pessoal. E isso precisa ser
evidenciado no meio da igreja. O que seus irmãos de fé têm dito ao seu respeito?
Suas obras são “bonitas de se olhar”? Na congregação onde você serve ao Senhor,
você tem demonstrado com suas atitudes que é o que diz ser? Tiago disse que a fé, se não tiver obras, é morta em si
mesmo (Tg 2:17).
Precisamos ter uma
conduta exemplar no ambiente secular! “Pensar que santidade cresce no
isolamento das quatro paredes da igreja é errar no conceito de santidade”.[4]
A santificação pessoal também precisa ser evidenciada no mundo e na sociedade
em que vivemos: Na competição do nosso trabalho, nos nossos negócios, nas
nossas amizades, nos nossos estudos e até mesmo na condução do nosso carro!
Jesus disse: Assim resplandeça a vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao
vosso Pai que esta nos céus (Mt 5:16). Os não crentes têm glorificado a
Deus através das suas boas obras na sociedade?
PARA REFLETIR
01. Como cristãos, qual deve ser a nossa conduta para com Deus?
02.
Em que ambientes a nossa “luz” deve brilhar?